Agricultores da República Tcheca bloquearam uma pista no centro da capital Praga nesta 2ª feira (19.fev.2024) em ato contra as políticas agrícolas da UE (União Europeia).
Segundo a CNN, as principais organizações agrícolas não participaram e se distanciaram do protesto ao descobrirem ligações com manifestações pró-Rússia. O tráfego não foi completamente interrompido, mas a Câmara Municipal aconselhou as pessoas a evitar dirigir até a capital.
Os manifestantes planejavam entregar uma carta com suas exigências ao Ministro da Agricultura, Marek Vyborny. Assim como em outros países da União Europeia, os agricultores checos são contra as medidas ambientais impostas aos produtores do país. Eles argumentam que as medidas da Política Agrícola Comum (PAC), junto aos altos custos com energia e combustível, reduzem os lucros do setor.
Já foram realizados atos em ao menos 8 países: Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Itália, Romênia, Polônia e Espanha. Dentre as demandas, está uma revisão na proposta de acordo com o Mercosul.
Os agricultores europeus exigem que os sul-americanos sejam submetidos às mesmas regras dos europeus. Eles afirmam que a regulação ambiental à qual estão sujeitos torna seus produtos menos competitivos.
Durante sessão no Parlamento Europeu, o vice-presidente executivo da UE (União Europeia), Maros Sefcovic, disse que “as condições necessárias para a conclusão do tratado com o Mercosul [Mercado Comum do Sul] não foram atendidas”.
Apesar das condições atuais do acordo não serem aprovadas, um porta-voz do bloco disse que as negociações dos termos com o Mercosul continuam para “alcançar um acordo que respeite as sensibilidades, especialmente no setor agrícola”.
O tratado de livre comércio UE-Mercosul é de interesse da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen –que deve buscar se reeleger para o cargo e por isso tenta conseguir aprovar o acordo agora. As eleições do Parlamento Europeu serão realizadas de 6 a 9 de junho de 2024.
No entanto, o governo francês é contra o acordo, o que pode encerrar as negociações entre os 2 blocos econômicos. Isso porque, para ser aprovado, o acordo precisa da aprovação dos 27 países integrantes do grupo europeu. Ou seja, só a posição contrária da França já é capaz de derrubar o tratado com o Mercosul.