A Vale informou nesta 5ª feira (22.fev.2024) que comprou 15% da divisão de minério de ferro da Anglo American no Brasil. O acordo se refere ao complexo Minas-Rio, operação conta com estruturas de mina e usina em Minas Gerais e mineroduto de 529 km conectando às plantas de filtragem no Porto do Açu no Rio de Janeiro. Eis a íntegra do fato relevante (PDF – 119 kB).
Pelo acordo, a Vale pagará US$ 157,5 milhões, sujeito a ajustes da dívida líquida e à variação do capital de giro, na data de fechamento da transação. Se a média do preço de referência do minério de ferro permanecer acima de US$ 100 por tonelada ou abaixo de US$ 80 nos próximos 4 anos, um ajuste no valor de pagamento será realizado para a Anglo American ou para a Vale, respectivamente.
Depois da conclusão da transação, prevista para o final de 2024, a Vale receberá sua parcela proporcional da produção do Minas-Rio. Adicionalmente, a mineradora terá opção de compra de uma participação adicional de 15% na operação ampliada de Minas-Rio em caso de futura expansão do complexo minerário.
O grupo britânico continuará a controlar, gerenciar e operar Minas-Rio, incluindo qualquer futura expansão. Já a mineradora brasileira contribuirá com o negócio entregando minério de ferro de alto teor produzidos no projeto da Serra da Serpentina, depósito contínuo ao complexo Minas-Rio, com recursos estimados em 4,3 bilhões de toneladas.
A combinação dos ativos oferecerá “consideráveis oportunidades de expansão, incluindo o potencial para duplicar a produção, que Anglo American e Vale avaliarão nos termos da transação”, diz o comunicado da Vale. O complexo Minas-Rio produziu 24 milhões de toneladas de minério de ferro em 2023, com Ebitda (lucros antes de juros, impostos e amortização) total de US$ 1,4 bilhão.
Para a operação do complexo, a Anglo American poderá utilizar a linha férrea da Vale e o Porto de Tubarão (ES) para transportar a produção expandida. O mineroduto Minas-Rio cruza a rede ferroviária da Vale, o que permite que um 2º duto mais curto conecte com a ferrovia Vitória-Minas até Tubarão.
O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou que a parceria vai “apoiar a demanda crescente por minério de ferro de alta qualidade à medida que nossos clientes aceleram suas transições para uma siderurgia com baixa emissão de carbono”.
Duncan Wanblad, presidente global da Anglo American, disse que o negócio foi atrativo por “garantir um recurso de minério de ferro de alto teor desta escala e qualidade” e pelas “sinergias físicas de nossas infraestruturas de mineração e processamento para criar uma operação única otimizada”.