A agroindústria registrou, em dezembro do ano passado, um crescimento de 1,7% frente ao mesmo mês de 2022. A informação é do FGV Agro (Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas) e foi publicada no PIMAgro (Índice de Produção Agroindustrial).
Conforme o relatório (íntegra – PDF – 107 kB), o resultado representa a 5ª expansão interanual consecutiva e colaborou para o crescimento anual. “Em 2023, a produção agroindustrial acumulou uma expansão de 0,8% em relação a 2022”, lê-se no documento.
O relatório destaca que “mesmo com todas as dificuldades ao longo de 2023”, a agroindústria “conseguiu encerrar o ano com expansão no seu volume de produção”. O documento diz: “Apesar de ser um crescimento moderado, foi um resultado muito superior ao registrado pela Indústria de Transformação que, no mesmo período, contraiu 1,0%”.
A expansão em 2023 foi puxada pelo segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas (3,2%). Em dezembro do ano passado, o item registrou uma alta de 1,4% frente ao mesmo mês de 2022.
Dentro desse segmento, todos os setores registraram crescimento no ano. O que mais se destacou foi o de produtos de origem vegetal, que acumulou alta de 7,3% em 2023.
“A produção de alimentos de origem animal também registrou um crescimento robusto no ano, de 2,7%”, diz o relatório. “Esse crescimento foi derivado do aumento da produção de proteínas animais, sobretudo, a bovina”, acrescenta.
Eis o crescimento por setor dentro do segmento de produtos alimentícios e bebidas:
- alimentos de origem vegetal – 7,3%;
- alimentos de origem animal – 2,7%;
- bebidas alcoólicas – 0,2%;
- bebidas não alcoólicas – 1,7%.
Já o segmento de Produtos Não-Alimentícios acumulou uma contração de 2,3% no ano passado. O resultado foi derivado dos seguintes setores: Insumos Agropecuários (-11,5%), Produtos Florestais (-3,0%) e Produtos Têxteis (-3,0%).
“O ano de 2023 iniciou com grandes estoques de insumos agropecuários, uma vez que 2022 foi marcado pelo grande esforço na produção brasileira para garantir a oferta de fertilizantes e defensivos, a qual foi ameaçada pela guerra na Ucrânia. Esses estoques impediram um aumento de produção ao longo de 2023”, diz o relatório.
O setor de Produtos Têxteis “sofreu, ao longo de 2023 inteiro, impactado, sobretudo, por alta de custos e pela forte concorrência de plataformas chinesas on-line”.
A queda no setor de Produtos Florestais, por sua vez, “foi puxada pela redução da produção de madeira, celulose e, notadamente, de papel”.
Dentro do segmento de Produtos Não-Alimentícios, o principal destaque positivo foi o setor de Biocombustíveis, que acumulou um crescimento no ano de 13,4%.
“Esse setor, assim como a indústria de produtos do refino de açúcar, foi favorecido pelo aumento da oferta e da qualidade de cana-de-açúcar ao longo do ano. Além disso, o setor contou com a maior produção de etanol de milho”, lê-se no documento.
