A Agência de Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA divulgou, no sábado (27.jan.2024), dados que indicam que o maior influxo de cubanos no país desde 1959, data que marca o início do regime de Fidel Castro, pós-Revolução Cubana. A soma de migrantes cubanos que entraram nos EUA em 2022 e 2023 totaliza 533 mil. As informações são da AFP.
O número de cubanos que entraram sem documentos no país foi de 313.000 em 2023 e 153.000 em 2022. Outros 67.000 chegaram ao território norte-americano graças a um programa de imigração do governo de Joe Biden.
Segundo o Conselho Americano de Imigração, o programa conhecido, como CHNV (sigla em inglês para Processos para Cubanos, Haitianos, Nicaraguenses e Venezuelanos), permite que pessoas dos 4 países que tenham um fiador nos EUA e tenham passado por uma verificação de antecedentes criminais se encaminhem ao país por um período 2 anos para viver e trabalhar legalmente, utilizando um mecanismo legal conhecido como “liberdade condicional humanitária”.
A principal razão para a atual crise migratória cubana é a instabilidade econômica. O país tem sofrido desde o final de 2023 com o aumento do preço de combustíveis, além do aperto nas sanções aplicadas pelos EUA.
Segundo Jorge Duany, diretor do Instituto de Pesquisas Cubanas da Universidade Internacional da Flórida, cerca de 300.000 cubanos saíram de Cuba por razões políticas entre 1960 e 1963. A cifra, que equivale a cerca de 4,8% dos 11,1 milhões de habitantes de Cuba, “representa o maior número de migrantes cubanos já registrado em 2 anos consecutivos desde o [cenário] pós-revolucionário em 1959″, disse.
Além dos Estados Unidos, os países mais procurados pelos cubanos emigrantes são o México, Uruguai e Nicarágua. Os 2 primeiros contabilizaram respectivamente 36.000 e 22.000 solicitações de refúgio de cubanos de 2022 a 2023. A Nicarágua se tornou muito procurada após retirar o requisito de visto para seus cidadãos em 2021.