Pesquisa PoderData realizada de 27 a 29 de janeiro de 2024 mostra que os percentuais dos que dizem estar “muito preocupados” com o aquecimento global e as mudanças climáticas são mais altos dentre os que declaram ter votado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Dentre eles, são 77% com esse nível de preocupação.
A taxa permanece alta dentre os que declaram ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas recua para 60%.
Dentre os lulistas, outros 20% dizem ter alguma preocupação com o assunto. É a soma dos que afirmam estar “mais ou menos” (15%) ou “pouco” (5%) preocupados.
Já no grupo que votou no ex-chefe do Executivo, apesar da taxa de “muito preocupados” ser mais baixa, um terço (35%) declara ter alguma preocupação com as mudanças climáticas.
Só 2% dos lulistas e 5% dos bolsonaristas dizem não estar “nem um pouco preocupados” com o aquecimento global.
A taxa mais alta entre lulistas não é coincidência. Lula usou a pauta climática como bandeira de campanha para sua eleição em 2022. Ao longo do 1º ano de seu 3º mandato no Palácio do Planalto, o presidente participou de eventos que abordaram o tema, como a COP28, a Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas) e a Cúpula da Amazônia.
O petista também cobrou de outros países o compromisso de combater as mudanças climáticas por meio de investimentos financeiros. Mesmo sem sucesso até o momento, Lula também tentou costurar junto à União Europeia o acordo Mercosul-UE, que tinha como um de seus objetivos o impulso à preservação ambiental no Brasil.
No entanto, os acenos do governo Lula à preservação ambiental foram, por vezes, postos em xeque. A transferência do CAR (Cadastro Ambiental Rural) do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos é um exemplo. Na época, em maio de 2023, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a definir a decisão como “erro estratégico”.
Mais recentemente, a Petrobras pleiteou licença do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para explorar petróleo na Foz do Amazonas. A tentativa causou embate entre alguns setores do governo que não entraram em consenso sobre a viabilidade ambiental do projeto.
QUADRO GERAL
No estrato geral da pesquisa, 68% dos brasileiros dizem estar “muito preocupados” com o clima. Leia mais neste texto.
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Leia mais dados desta rodada da pesquisa:
- Governo Lula começa 2º ano aprovado por 49%, diz PoderData;
- 51% acham governo Lula melhor que Bolsonaro, diz PoderData;
- PoderData: 59% dos católicos e 29% dos evangélicos aprovam o governo;
- Aprovação ao governo atinge recorde dentre beneficiários do Bolsa Família;
- PoderData: 46% são contra e 47% apoiam alguma privatização;
- Só 27% querem privatizar Petrobras, diz PoderData;
- PoderData: 39% dizem que corrupção no Brasil aumentou sob Lula;
- 17% dos lulistas dizem que corrupção aumentou desde 2023.
METODOLOGIA
A pesquisa PoderData foi realizada de 27 a 29 de janeiro de 2024. Foram entrevistadas 2.500 pessoas com 16 anos de idade ou mais, em 229 municípios, nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.
Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados. Por causa desse processo, é possível que o somatório de algum dos resultados seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem aparecer por conta de ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo.
