Relatório indica falta de parafusos em porta do avião da Boeing

Um novo relatório da NTSB (Junta Nacional de Segurança no Transporte dos EUA, em português) sugere que a porta que se desprendeu de um Boeing 737 Max logo depois da decolagem pode ter sido mal fixada. Segundo a agência, as análises preliminares indicam a ausência de 4 parafusos que deveriam segurar a porta à fuselagem.

Na fábrica da Boeing, o painel do avião foi retirado devido a danos durante a produção, mas ao ser reinstalado, pelo menos 3 dos 4 parafusos de segurança não foram recolocados, sugere o relatório. A falta de parafusos teria resultado no deslocamento do painel da porta, levando-o a se soltar da aeronave durante o voo.

A companhia aérea passa por um escrutínio regulatório depois que o tampão de uma porta de emergência de um Boeing 737 Max 9 operado pela Alaska Airlines se desprendeu em voo em 7 de janeiro.

Esse incidente também envolveu uma fuselagem fornecida pela Spirit AeroSystems, que é acusada pela Boeing de ter perfurado incorretamente a fuselagem de 50 aviões ainda não entregues. Na 2ª feira (5.fev), a empresa relatou que furos nas fuselagens não teriam sido feitos de acordo com os requisitos da Boeing.

Em resposta ao relatório divulgado nesta 3ª feira (6.fev), a Boeing afirmou que é responsável pelo incidente. “Um evento como este não deve ocorrer em um avião que sai de nossa fábrica. Devemos simplesmente fazer melhor para nossos clientes e seus passageiros”, declarou o presidente da fabricante norte-americana, Dave Calhoun.

“Estamos implementando um plano abrangente para fortalecer a qualidade e a confiança de nossos stakeholders”, acrescentou.

A companhia já havia reconhecido a culpa pelo incidente em 9 de janeiro, 2 dias depois do episódio com o avião da Alaska Airlines. Na ocasião, Calhoun disse que a empresa abordaria o incidente com “transparência completa em cada etapa” da investigação.

Com a produção paralisada nos Estados Unidos por ordem da FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês), o 737 Max, que entrou em operação em 2017, acumula problemas nos últimos anos.

Em 2020, o modelo foi liberado para voar depois de 2 anos de proibição por causa de 2 acidentes na Etiópia e na Indonésia –em 2018 e em 2019, respectivamente– que mataram 346 pessoas.

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