Novas sanções dos Estados Unidos afetam a Bolsa de Moscou

Novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, anunciadas na 4ª feira (12.jun.2024), levaram à suspensão imediata do comércio de dólares e euros na MOEX (Bolsa de Moscou), a principal praça financeira do país. Esta medida, efetivada de forma imediata, interrompe a negociação dessas moedas em um canal centralizado, essencial para a liquidez e supervisão do mercado.

A MOEX e o Banco Central da Rússia divulgaram declarações dentro de 1 hora após o anúncio das sanções por Washington, que visam restringir o fluxo de dinheiro e mercadorias que apoiam a guerra de Moscou na Ucrânia. “Devido às medidas restritivas dos EUA contra o Grupo Bolsa de Moscou, a negociação na bolsa e os assentamentos de instrumentos entregáveis em dólares americanos e euros estão suspensos”, declarou o banco central. As informações são da Reuters.

A suspensão força bancos, empresas e investidores a recorrerem ao mercado de balcão para negociações dessas moedas, onde são realizadas diretamente entre duas partes. O banco central usará dados dessas negociações para definir as taxas de câmbio oficiais.

Apesar das crises periódicas que desvalorizaram o rublo nas últimas décadas, muitos russos mantêm suas economias em dólares ou euros. O banco central assegurou que esses depósitos estão seguros. “Empresas e indivíduos podem continuar a comprar e vender dólares americanos e euros mediante bancos russos. Todos os fundos nessas moedas nas contas e depósitos de cidadãos e empresas permanecem seguros”, afirmou.

Com a Rússia buscando fortalecer laços comerciais e políticos com Pequim, o yuan chinês ultrapassou o dólar, tornando-se a moeda mais negociada na MOEX em maio, com 53,6% de todo o câmbio estrangeiro. Após o anúncio das sanções, alguns bancos, como o Norvik Bank, ajustaram suas taxas de câmbio, refletindo a volatilidade do mercado.

O Tesouro dos EUA enfatizou que as sanções visam a “arquitetura do sistema financeiro da Rússia”, que facilita investimentos na indústria de defesa e a aquisição de bens para a agressão contra a Ucrânia. O Banco Central da Rússia vem se preparando para tais sanções desde julho de 2022, modelando cenários com participantes do mercado. “Esta é uma notícia ruim, mas esperada”, disse a corretora russa T-Investments.

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