Só 13% dos pequenos negócios têm crédito facilitado, diz Serasa

Só 13,4% das micro e pequenas empresas têm baixo risco de inadimplência nos primeiros 6 meses de financiamento, segundo dados da Serasa Experian divulgados nesta 4ª feira (19.jun.2024). Dos 21,9 milhões de negócios de pequeno porte no Brasil, 2,9 milhões apresentam score acima de 600 pontos. 

O economista da consultoria, Cleber Genero, explica que quando as demais empresas obtêm acesso ao crédito, pagam altos juros em prazos curtos para quitar as dívidas. Situação que pode ocasionar inadimplência ou até falência, segundo ele.

O score da Serasa Experian avalia as empresas numa escala de 0 a 1000. Pontuações abaixo de 600 indicam alto risco de inadimplência nos 6 meses subsequentes. Pontuações acima desse valor indicam risco baixo. 

Genero diz que um dos motivos para que as micro e pequenas empresas tenham score baixo (risco alto de inadimplência) é a falta de educação financeira e, consequentemente, o atraso no pagamento de dívidas. Para aumentar a pontuação, é necessário:

  • manter o pagamento das contas em dia;
  • melhorar a gestão da parte financeira da empresa;
  • transparência de dados corporativos.

As empresas que mantêm o score abaixo dos 600 pontos estão em sua maioria no setor de comércio (20%), serviços (17,9%), indústria (14,8%) e setor primário (10,1%). A porcentagem refere-se ao número de empresas do setor enquadrada no perfil de risco alto.

Já os empreendimentos com score alto (risco baixo) fazem parte do setor primário (89,9%), da indústria (85,2%), serviços (82,1%) e comércio (79,8%).

Os dados foram divulgados no novo boletim trimestral da Serasa Experian. O relatório descreve o raio-x financeiro das micro e pequenas empresas e a partir da próxima edição, o perfil dos empreendedores responsáveis pelos negócios.

Empréstimos em abril 

Em abril, o crédito emprestado para as micro e pequenas empresas alcançou um volume de R$ 1,03 trilhão, um aumento de 5,5% em relação a abril de 2023. O valor se equipara ao montante emprestado às grandes empresas, que foi de R$ 1,70 trilhão no mesmo período (alta de 5,4% na comparação com abril de 2023).

O motivo para o ritmo similar entre as grandes e pequenas empresas se trata da redução gradual das taxas de juros e dos spreads bancários (diferença entre o preço de compra e venda de uma ação, título ou transação monetária), segundo o economista sênior da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Fim do corte de juros impacta PMEs

Luiz Rabi, economista sênior da Serasa Experian, explica que o fim do corte na taxa Selic impacta as micro e pequenas empresas. O Copom (Comitê de Política Monetária) decide nesta 4ª feira (19.jun.2024) se atualiza a taxa básica de juros ou interrompe a sequência de cortes. A taxa está em 10,50% ao ano.

“Não é um cenário positivo, impacta o crédito dos negócios. Prefiro encarar como uma pausa temporária, com uma possível retomada de redução no final do ano ou início do ano que vem”, disse.

Rabi explica que, mesmo com o corte interrompido, ainda assim a taxa é menor do que no ano passado.

Inadimplência

Há 6,3 milhões de micro e pequenas empresas inadimplentes no Brasil, segundo dados da Serasa Experian. O número se trata de uma desaceleração das dívidas em aberto nos últimos anos.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.