O PT (Partido dos Trabalhadores) protocolou nesta 4ª feira (19.jun.2024) uma Ação Popular contra o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, para impedir o economista de realizar “movimentação política”, “pronunciamentos de natureza político-partidárias” e manifestação de “qualquer apoio a candidatura ou pretensão de ocupação de cargo político”.
O movimento se dá no dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou o fim do ciclo de cortes da Selic, a taxa básica de juros, e manteve o indicador em 10,5% ao ano. A decisão é amplamente criticada pela presidente nacional do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e por outros integrantes do PT –incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que não haveria motivo para o patamar.
O documento, ao qual o Poder360 teve acesso, é encabeçado por Gleisi, uma das mais assíduas críticas ao presidente do Banco Central. A ação cita o Artigo 5º da Constituição Federal e diz que Campos Neto fere o Brasil com declarações “lesivas” enquanto ocupa um cargo público.
“A conduta de direcionamento político-ideológico pode impactar sobre a adequada condução da política monetária e financeira nacional, caracterizando, portanto, ato atentatório à moralidade administrativa e possível conflito de interesses”, afirma.
O pedido menciona o jantar oferecido na última semana pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em homenagem ao presidente da autarquia no Palácio dos Bandeirantes.
O PT se refere ainda a uma suposta sinalização de Campos Neto de que aceitaria ser ministro da Fazenda de Tarcísio se ele fosse eleito à Presidência da República em 2026 e que o presidente do BC não contestou tais afirmações.
Além disso, cita as participação e a influência de Campos Neto na economia, com o seu papel no Copom e afirma que “sua atuação guiará diretamente os vários agentes que fazem parte da economia nacional”, como empresários e integrantes do mercado financeiro.