Entidades, como CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), criticaram a decisão do BC (Banco Central) desta 4ª feira (19.jun.2024) de manter a Selic em 10,50% ao ano.
Com isso, terminou o ciclo de cortes da taxa básica de juros iniciado em agosto de 2023. Só a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo) considerou importante pausar as reduções.
O Copom (Comitê de Política Monetária) também foi contra aos pedidos de diminuição do patamar feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por seus aliados. A manutenção se deu por unanimidade dos diretores da autoridade monetária, incluindo os 4 indicados pelo petista.
Leia abaixo as manifestações:
- CNI – escreveu que a decisão “só irá impor restrições adicionais à atividade econômica –com reflexos negativos sobre o emprego e a renda–, sem que o quadro inflacionário exija tamanho sacrifício”;
- Sebrae – Décio Lima, presidente da entidade, defendeu que “ao manter em 10,5% ao ano o patamar da taxa básico de juros (Selic), o Banco Central não apenas quebra uma sequência de sete reduções consecutivas, mas coloca um freio, artificialmente e sem nenhuma razão, no desenvolvimento econômico e social do país”;
- Firjan (Federação das Indústrias do Rio Janeiro) – disse que “a manutenção da taxa de juros em 10,5% prejudica a recuperação da economia, limitando a expansão dos investimentos”;
- FecomercioSP – disse que “caso a instituição decidisse cortar mais a Selic, poderia causar um aumento imediato das expectativas de inflação no longo prazo, e o empresariado já sentiria, no presente, um aumento das taxas de juros nos financiamentos de longo prazo”;
- CUT (Central Única dos Trabalhadores) – a vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, afirmou que “o Brasil segue com a inflação sob controle e, portanto, as justificativas do Copom são falhas e prejudicam diretamente uma das obrigações do BC, que é colaborar com aumento do nível de empregos no país”.
Havia 7 reuniões que o BC diminuía a Selic. Foram 6 quedas de 0,50 p.p. (ponto percentual) e uma de 0,25 p.p. A taxa básica continua no patamar mais baixo desde dezembro de 2021, quando era de 9,25%.
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Influencia diretamente as alíquotas que serão cobradas de empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, impacta o rendimento de aplicações.
Leia abaixo a evolução do indicador: