Mais da metade de quem entrou na USP (Universidade de São Paulo) em 2024 por meio da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), do Enem USP e do Provão Paulista (exame promovido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) é de escolas públicas, pretos, pardos e indígenas.
Do total de 10.753 vagas preenchidas, 5.954 (55,4%) são estudantes que cumpriram o ensino médio exclusivamente em escolas públicas, incluindo 2.965 (27,6%) autodeclarados pretos, pardos e indígenas. No ano passado, essas taxas foram de 54,1% e 27,2%, respectivamente.
Na 1ª edição do Provão Paulista, foram oferecidas 1.500 vagas para a USP. Quase 400 mil inscritos e 260 mil estudantes realizaram as provas. Do total de vagas oferecidas pela USP nesta modalidade, 1.365 foram preenchidas.
“Nossa universidade se aproximou do ensino público com o Provão Paulista e passou a ser conhecida por esses estudantes e se tornou uma possibilidade real para que eles possam prosseguir seus estudos”, disse o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
De acordo com o pró-reitor de Graduação, Aluísio Augusto Cotrim Segurado, um dos fatores que contribuiu para esse número de ingressantes de escolas públicas e pretos, pardos e indígenas foi a implementação da uma alteração na forma de convocação dos estudantes inscritos para as políticas afirmativas em 2023.
Nesse sistema, todos os candidatos concorreram às vagas destinadas à ampla concorrência, independentemente da categoria em que se inscreveram. Primeiramente foram preenchidas essas vagas, seguidas das vagas para Escola Pública e depois as vagas para pretos, pardos e indígenas.
Com essa mudança, 118 candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas foram aprovados pela ampla concorrência e 726 em vagas reservadas para escolas públicas. Quanto aos estudantes egressos de escola pública, mas não pretos, pardos e indígenas, 392 ingressaram pela ampla concorrência.
“Neste processo seletivo, identificamos um fenômeno importante: muitos candidatos, embora egressos das escolas públicas e também pretos, pardos e indígenas, se inscreveram somente em vagas de ampla concorrência, isto é, optaram por não disputar as vagas reservadas para as políticas afirmativas”, disse o pró-reitor adjunto de Graduação, Marcos Garcia Neira.
Com informações da Agência Brasil.