O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou no domingo (23.jun.2024) que a intensa fase de combate contra o Hamas na Faixa de Gaza pode chegar ao fim “muito em breve“. No entanto, ele enfatizou que a guerra não cessará até que o controle do enclave palestino seja retirado do grupo extremista.
Em entrevista ao canal estatal, Netanyahu também disse que, depois dessa etapa em Gaza, Israel irá redirecionar mais forças para a fronteira ao norte, em resposta aos crescentes confrontos com o Hezbollah, apoiado pelo Irã. “Depois que a fase intensa terminar, teremos a possibilidade de mover parte das forças para o norte. E faremos isso. Em primeiro lugar, para fins defensivos. E, em segundo lugar, para trazer nossos residentes [evacuados] para casa”, disse. As informações são da Reuters.
Netanyahu enfatizou que mesmo com os esforços focados no norte, ele ainda não está disposto a encerrar de vez a guerra e mostrou rejeição à ideia de que a Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia, assuma o controle de Gaza no lugar do Hamas.
Com a pressão pelo cessar-fogo em Gaza, Netanyahu também mencionou a possibilidade de um “acordo parcial” com o Hamas para o retorno de alguns reféns. Contudo, frisou que “se pudermos, faremos isso diplomaticamente. Caso contrário, faremos de outra maneira. Mas traremos [os residentes] para casa”.
A mudança de foco para a fronteira norte, conforme indicado por Netanyahu, surge em um momento de crescente tensão com o Hezbollah, que tem realizado ataques a partir do sul do Líbano. Oficiais israelenses informaram sobre planos de realocar recursos do sul de Gaza para o norte de Israel, preparando-se para uma ofensiva contra o grupo e mencionando sobre uma possível “guerra total“. O que levanta preocupações sobre a possibilidade de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
A pressão internacional sobre as ações de Israel em Gaza aumentou, especialmente após a operação em Rafah, com a Corte Superior da ONU (Organização das Nações Unidas) ordenando a Israel que interrompa imediatamente sua operação militar na área, devido à situação humanitária “desastrosa“.