Levantamento realizado pelo Google for Startups mostrou que as startups que utilizam GenAI (inteligência artificial generativa) têm soluções direcionadas no B2B, isto é, são empresas que vendem produtos e serviços para outras empresas.
Leia os resultados do modelo de negócios:
- B2B: 71%;
- B2B2C: 19%;
- B2C: 5%;
- B2G: 2%;
- outros: 3%.
O levantamento mostrou também que as startups que investem no desenvolvimento de soluções de GenAI estão em estágio inicial. Dados mostram que 55% têm até 15 funcionários.
- 38% nunca passou por uma rodada de investimento;
- 29% ainda está na fase pré-seed;
- 13% estão na fase seed.
Os dados mostram também que 63% das startups entrevistadas ainda não têm uma estratégia centralizada de curto e longo prazo para desenvolver o uso da IA Generativa na empresa e no produto ou serviço. Já das startups entrevistadas afirmam que o uso da IA generativa produz resultados internos e retornos financeiros na startup.
Regulação
Segundo a pesquisa, 83% dos respondentes dizem que precisa haver algum tipo de regulamentação sobre GenAI, mas só só 14% dos entrevistados disseram estar bastante cientes do conteúdo dos projetos atuais de lei em discussão.
Sobre qual o melhor caminho para a regulação, os entrevistados responderam:
- 16% dizem que a melhor forma de a regulação deve ser feita por entidade privada ligada às empresas do setor;
- 24% afirmam que a regulação deve ser feita pelo governo por meio de projeto de lei;
- 27% avaliam que a regulamentação de IA no Brasil deveria ser feita por uma agência reguladora independente;
- 33% citaram outras iniciativas.
Investimentos
De acordo com o relatório, o Brasil direciona os investimentos disponíveis para soluções com retorno de curto prazo, limitando o espaço para iniciativas disruptivas.
- 25% das startups não têm orçamento específico para uso e desenvolvimento de IA Generativa;
- 46% dizem que a maior dificuldade em angariar investimento público para o desenvolvimento de IA;
- 35% esperam maior facilitação para funding e rodadas de investimento para investir em IA.
Pouca diversidade
Segundo o Google, a pesquisa mostrou que o mercado de startups que usam GenIA é pouco diverso, com baixa representatividade. Só 10% das startups têm cargos de liderança preenchidos por mulheres cis, 21% têm cargos são preenchidos por pessoas negras, 9% têm cargos preenchidos por pessoas LGBTQIA+.
A distribuição geográfica também é desigual. Leia:
- São Paulo: 60%;
- Rio de Janeiro: 3%;
- Minas Gerais: 6%;
- Rio Grande do Sul: 3%;
- Distrito Federal: 3%;
- outros: 22%.
Metodologia
Pesquisa foi realizada com fundadores de startups, formadores de opinião sobre inteligência artificial, gestores de capital de risco especializados em desenvolvimento de startups por meio de questionários online. Foram 63 respondentes. A pesquisa foi realizada em março. Eis a íntegra (22 MB).
O Google elencou 11 desafios responsáveis por frear o desenvolvimento do GenAI no Brasil:
- Falta de acesso à educação tecnológica;
- Escassez de profissionais qualificados;
- Fuga de talentos;
- Falta de diversidade e equidade;
- Novos parâmetros para avaliar inovação;
- Orientação para casos de uso acionáveis;
- Controle e privacidade de dados;
- Criação de proposta de valor;
- Preocupação com impacto de IA Generativa;
- Cenário regulatório indefinido;
- Falta de capital para inovação disruptiva.
Empregabilidade
Pesquisa Our Life with AI, Google e IPSOS, de 2024, mostra que 89% das pessoas acreditam que a IA mudará alguns ou a maioria dos empregos ou indústrias nos próximos 5 anos. Desse total, 52% sentem que a mudança provavelmente será positiva.