O setor de cachaça vive um boom no Brasil. O país alcançou 1.217 cachaçarias registradas no final de 2023 com a instalação de 88 novas unidades. Trata-se de um recorde histórico e um crescimento de 7,8% ante 2022. As exportações da bebida brasileira superaram US$ 20 milhões, um aumento de 0,7% no valor total e o maior da série histórica.
Os dados são do Anuário da Cachaça 2024, lançado nesta semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em parceria com o Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça), entidade representativa do setor, e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Leia a íntegra da publicação (PDF – 12 MB).
Segundo o anuário, há ao menos uma cachaçaria em 722 cidades do país. O Sudeste, com 819, possui o maior número de estabelecimentos registrados, concentrando 67,3% do total. Minas Gerais é o Estado campeão com 504 cachaçarias (41,4% do total).
Já no comércio exterior, 76 países compraram a bebida brasileira. Em volume, o maior comprador foi o Paraguai, seguido da Alemanha e dos Estados Unidos. Já em valor exportado, os EUA lideram: O país comprou US$ 4,6 bilhões da nossa cachaça, o que representa quase 23% do mercado de exportação da bebida brasileira.
O Brasil ganhou em 2023 mais de 1.452 marcas de cachaça, alta de 16% em relação a 2022. No mesmo período, também foram computados 935 novos registros de produtos (crescimento de 18,5%). Com isso, o país passa a ter 10.526 marcas de cachaça e 5.998 produtos registrados.
Minas Gerais também é o Estado com maior número de produtos registrados (2.144). Um mesmo registro de cachaça pode contemplar mais de uma marca comercial. Isso significa que, apesar de possuírem marcas diferentes, alguns produtos possuem a mesma composição e, consequentemente, a mesma denominação legal.
O volume de produção anual de cachaça, a partir da declaração de produção e estoque dos estabelecimentos registrados, foi de 226 milhões de litros. A região Sudeste foi responsável por mais da metade: 177,5 milhões.
“A cachaça é um produto genuinamente brasileiro. Trata-se da 1ª indicação geográfica do Brasil, ligada a nossa cultura e história. No entanto, infelizmente, é um dos produtos mais tributados do país. Apesar do cenário extremamente desafiador que o setor tem enfrentado nos últimos anos, os dados demonstram a resiliência da cadeia produtiva no enfrentamento dessas barreiras tributárias”, diz Carlos Lima, presidente do Ibrac.