A 1 ano da escolha de sucessores para os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), os principais cotados são aliados dos atuais mandatários. São os favoritos: o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), próximo a Lira; e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), aliado de Pacheco. Mas muita coisa pode mudar até fevereiro de 2025.
A eleição deve ser realizada em 3 de fevereiro de 2025, uma 2ª feira. A escolha dos novos presidentes das duas Casas é realizada na abertura dos trabalhos legislativos, em fevereiro. Como em 2025 o mês terá início em um sábado, a tendência é que a escolha seja adiada para o 1º dia útil.
O mandato para as duas presidências tem duração de 2 anos. Lira e Pacheco assumiram os respectivos cargos em 2021 e foram reconduzidos pelos congressistas em 2023. Por terem sido reeleitos na mudança da legislatura, quando novos deputados e senadores assumem seus mandatos, estão impedidos de concorrerem novamente.
Câmara: cenário indefinido
Na Câmara, o cenário da disputa é mais turvo.
O deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil, é a principal aposta do atual presidente, Arthur Lira. Ele é alvo de críticas, sobretudo de governistas, por supostamente já ter dado início à campanha. Dizem que queimou a largada. Soma-se a isso o fato de o congressista baiano não ter afinidade com o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele fez campanha no Estado para Jair Bolsonaro (PL), candidato derrotado a presidente, e ACM Neto (União Brasil), candidato derrotado a governador da Bahia.
Neste Carnaval, levou Lira e outros colegas congressistas para passar parte do feriado em Salvador.
Outros congressistas se posicionam como possíveis candidatos, com destaque para:
- Marcos Pereira – presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara;
- Isnaldo Bulhões Jr (AL) – líder do MDB;
- Antonio Brito (BA) – líder do PSD.
Nos bastidores, eles já organizam suas campanhas.
O líder do PL, deputado Altineu Côrtes (RJ), também é citado como possível candidato. O lançamento de um nome de oposição da legenda é uma vontade da bancada e do presidente nacional do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto. A sigla tem o maior número de cadeiras da Casa Baixa, com 95 deputados. Não é o suficiente para eleger um presidente.
Um outro nome é ventilado com certa frequência nos bastidores: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ele foi o relator da reforma tributária e tem fama de ser gentil com seus pares e articulado para resolver problemas. Tem boa relação com o governo federal. Pode surgir como nome de consenso, caso nenhum dos anteriores consiga se viabilizar.
Senado: a volta de quem não foi
No Senado, o favorito a 1 ano do pleito é o senador Davi Alcolumbre, que presidiu a Casa de 2019 a 2021 e atualmente preside a poderosa CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O congressista do União Brasil foi o principal articulador da eleição de Pacheco e agora quer retornar ao comando.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) se coloca como pré-candidata e representante da bancada feminina do Senado. A congressista tem influência entre as senadoras, mas enfrentará resistência interna, já que o seu partido deve apoiar Alcolumbre.
É provável que o MDB apresente um nome. É o partido que mais vezes presidiu a Casa –17 dos 24 presidentes do Senado desde a redemocratização foram do partido. Entre os citados estão Renan Calheiros (AL), que pode tentar o apoio do Planalto, e Eduardo Braga (MDB). Calheiros já comandou o Senado por 3 períodos: de 2005 até 2007, quando renunciou ao cargo por denúncias de corrupção; de 2013 a 2015 e de 2015 a 2017.
Renan concorreu em 2019 contra Alcolumbre. Na época, depois de uma disputa acirrada, que prolongou a disputa por 2 dias, retirou a candidatura.
Assim como a oposição na Câmara, o grupo político contra o governo no Senado também deve ter candidato para marcar posição na disputa. O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), disputou com Pacheco em 2023 e perdeu. Ele é citado novamente como opção.
Além de Marinho, o nome da líder do PP no Senado, Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, é outra opção da oposição.