O novo primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof (sem partido), de 67 anos, foi oficialmente empossado como primeiro-ministro do país nesta 3ª feira (2.jul.2024) pelo rei Willem-Alexander, no Palácio Huis ten Bosch, em Haia.
A posse do novo premiê também destaca a histórica estabilidade política do país, que vai na contramão da Europa. Antes de Schoof, a Holanda teve só 4 primeiros-ministros desde 1982, com Schoof sendo o 5ª a ocupar o cargo. A Romênia, por outro lado, teve 27 governos no período, enquanto a trocou o comando 24 vezes.
Além da política estável, a Holanda possui índices socioeconômicos favoráveis. O país, com 3,6% desempregada, tem uma taxa de desemprego abaixo da média dos países integrantes da Zona do Euro, que possuem 6%, segundo o Trading Economics.
“Os pontos fortes da economia holandesa incluem o clima político e macroeconômico estável da Holanda, um setor financeiro altamente desenvolvido, localização estratégica, força de trabalho bem-educada e produtiva e infraestrutura física e de comunicações de alta qualidade”, afirma o relatório do Departamento de Estado dos EUA, equivalente ao Itamaraty, sobre o contexto político, econômico e social da Holanda. Eis a íntegra do estudo (PDF – 934kB).
Em contraposição, a Romênia, que lidera o ranking de países com mais trocas de premiês, possui dificuldades para se manter estável, com alternâncias de chefes de Governo que se acumulam com um Judiciário ineficiente e suscetível a sofrer interferências políticas. A economia também é afetada pela corrupção existente e a alta inflação do Leu Romeno, a moeda oficial do país.
A Itália é outra nação que se destaca pela variação de chefes de Governo. Nos últimos 42 anos, o ex-premiê Silvio Berlusconi foi o que teve mais tempo a frente do cargo durante o mesmo mandato, sendo o único a permanecer como primeiro-ministro por 4 anos e 10 meses.
Outro país que costuma chamar a atenção por conta do cenário político instável é a França, que deverá ter um novo primeiro-ministro nomeado pelo presidente Emmanuel Macron nos próximos dias. Durante o governo Macron, o país já teve 4 premiês, e deverá ter a nomeação um novo chefe de Governo depois de encerrada as eleições para a Assembleia Nacional, em 7 de julho.
Novo primeiro-ministro da Holanda
O novo primeiro-ministro da Holanda, Dicker Schoof, foi escolhido para o cargo depois de uma vitória da direita nas eleições legislativas de 2023. É conhecido por sua experiência no serviço público do país, incluindo a chefia da agência antiterrorismo NCTV e do serviço de inteligência holandesa, AIVD (Serviço Geral de Inteligência e Segurança).
Schoof destacou-se em 2019 ao alertar sobre a doutrinação salafista no país, enfatizando a necessidade de uma fiscalização mais intensa dessas instituições. O novo premiê é crítico da religião, e afirma estar atento aos movimentos que não sejam compatíveis com a democracia liberal.
A doutrina salafista é uma vertente conservadora internacionalista do islamismo sunita. É estimado que cerca de 910.000 pessoas, ou 5,2% da população do país, sejam muçulmanas, com seguidores da doutrina salafista sendo minoria.