ONU diz que 44% das espécies migratórias estão em queda populacional

O 1º relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o estado das espécies migratórias do mundo, lançado na 2ª feira (12.fev.2024), mostra que 44% das cerca de 1.200 espécies migratórias monitoradas estão em declínio populacional. Do total, 1/5 estão ameaçadas de extinção. A vida marítima é a mais afetada, com 97% dos peixes na lista de riscos.

O estudo indica que aves, tartarugas marinhas, baleias, tubarões e outros animais que se deslocam por diferentes regiões com as mudanças das estações enfrentam perigos como a perda de habitat, caça, pesca ilegal, poluição e alterações climáticas.

Segundo o documento, o risco de extinção das espécies migratórias em todo o mundo está aumentando gradativamente. O dado inclui aquelas não listadas pela Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres.

O relatório mostra que metade das principais áreas de biodiversidade identificadas como importantes para os animais migratórios não têm proteção. Além disso, 58% dos locais monitorados reconhecidos como importantes para as espécies estão sob níveis insustentáveis de pressão pela atividade humana.

São duas as principais ameaças atualmente para as espécies migratórias: a superexploração e a perda de habitat. Conforme o estudo, 3 em cada 4 espécies listadas sofrem com os impactos diretos da perda e/ou degradação dos seus habitats. Ao todo, 7 em cada 10 espécies enfrentam os efeitos nocivos da superexploração, seja ela direta ou indireta.

A diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, destacou a necessidade urgente de ação diante dos resultados apresentados com o relatório.

De acordo com a diretora, as descobertas ressaltam claramente a ameaça que as atividades humanas insustentáveis representam para o futuro das espécies migratórias e explica que além de serem “barômetros da mudança ambiental”, elas também são componentes vitais para manter o intrincado equilíbrio e a resiliência dos ecossistemas do nosso planeta.

O documento foi apresentado durante uma conferência da ONU sobre a vida selvagem em Samarcanda, no Uzbequistão.

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