A cotação do dólar comercial subiu para R$ 5,67 na máxima desta 3ª feira (2.jul.2024). Às 10h30, tinha alta de 0,36%, a R$ 5,67. A moeda norte-americana registra alta pelo 3º dia consecutivo em meio às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o mercado de câmbio.
Em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador, na Bahia, afirmou que a subida do dólar é um “ataque especulativo” e que há um “jogo de interesse especulativo contra o real nesse país”. Lula disse que tem conversado com as pessoas sobre o que o governo “vai fazer”. Declarou que está preocupado com a situação.
“Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer, porque, se não, eu estaria alertando os meus adversários”, disse Lula. O presidente afirmou que fará uma reunião na 4ª feira (3.jul.2023), porque, segundo ele, “não é normal o que está acontecendo”.
Lula voltou a criticar o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, nesta 3ª feira (2.jul). Disse que não dá para dirigir a autoridade monetária com “viés político”.
O real foi a 5ª moeda que mais se desvalorizou no mundo em 2024, mostrou um levantamento do Poder360 com base em dados da Austin Rating. O presidente do BC disse na 5ª feira (27.jun.2024) que a alta do dólar está relacionada ao aumento da percepção de risco no Brasil. Defendeu que não há uma disfuncionalidade no mercado de câmbio e que, por isso, não houve intervenção da autoridade monetária.
Na 2ª feira (1º.jul.2024), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi questionado sobre a alta da moeda norte-americana no Brasil. Defendeu que há “ruídos” e que o governo precisa comunicar melhor.
“[O governo] Precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo. Por exemplo, tive hoje mais uma confirmação sobre atividade econômica e arrecadação de junho. Fechou hoje o mês de junho e ficou acima do previsto pela Receita Federal”, disse.
Haddad declarou que a reunião de 4ª feira (3.jul) será para tratar da pauta econômica. Ao ser perguntado por jornalistas se haveria algum anúncio formal de revisão de gastos, Haddad disse que quem “decide é o presidente”.
“Nós fizemos um planejamento de corte de gasto tributário, bastante complexo. Eram várias leis, muitos temas de difícil assimilação, inclusive pela opinião pública, difícil acompanhar. Eram temas muito técnicos e delicados e judicializados”, disse.
O ministro sinalizou também que um eventual bloqueio no orçamento será “do tamanho necessário” para cumprir a nova regra fiscal.