O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, aproveitou sua ida à cúpula do Mercosul na Bolívia para estreitar as relações entre a indústria brasileira e a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), estatal responsável pela comercialização de gás e petróleo do país andino.
Silveira colocou em contato direto o presidente da YPFB com representantes de associações ligadas a diversas atividades econômicas do Brasil. O movimento mira solucionar um gargalo comum aos setores industriais: a falta de gás natural. Essa aproximação tornaria a venda de gás a esses grupos direta, sem intermédio da Petrobras, que ficaria responsável apenas pelo transporte do insumo. Nesse cenário, o preço do gás ficaria mais barato.
Eis os grupos que acompanharam Silveira à Bolívia:
- Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo);
- Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres);
- Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química);
- Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro); e
- Abceram (Associação Brasileira de Cerâmica).
Como já mostrou o Poder360, a falta de gás a preços competitivos tem prejudicado o desenvolvimento de diversos setores econômicos do país. A indústria química, por exemplo, enfrenta uma grave crise que já resultou em capacidade ociosa do segmento de 34%.
Sem acesso a gás barato, representantes dessas cadeias produtivas se voltam ao governo, em busca de medidas protecionistas para frear as importações de outros mercado. Esse círculo não resolve o problema da falta de competitividade da indústria nacional.
Desde que assumiu o Ministério de Minas e Energia, Silveira tem pressionado para equalizar o problema. A disputa que resultou na demissão de Jean Paul Prates da Petrobras foi iniciada por uma visão dissonante do CEO da estatal com o ministro sobre a reinjeção de gás em campos da petroleira.