A cidade de Barcelona, na Espanha, foi palco de protesto inusitado no último final de semana: com pistolas de água, moradores da cidade atingiram turistas em locais de grande movimentação. Segundo os manifestantes, o ato seria pelo fato de os viajantes provocarem aumento no custo de vida na região.
A manifestação foi organizada pela Assembleia de Bairro para o Decrescimento do Turismo, uma coalizão de mais de 100 organizações locais, e contou com cerca de 2.800 pessoas, segundo as autoridades de Barcelona. Os organizadores afirmam que cerca de 20.000 pessoas estiveram presentes nos atos.
Assista (1min25seg):
Imagine traveling to Europe to spend your hard-earned money in their dying economy
And you end up getting sprayed with water guns by angry degrowth protesters pic.twitter.com/HllUVmOGzH
— @levelsio (@levelsio) July 7, 2024
Além de borrifarem água nos turistas, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “turistas vão para casa” e exibiram cartazes com frases como “Barcelona não está à venda”.
Em 2023, a cidade recebeu cerca de 26 milhões de turistas, que gastaram cerca de € 12,75 bilhões. Apesar dos benefícios econômicos, os manifestantes afirmam haver impactos negativos do turismo em massa, como o aumento dos preços de imóveis e a sobrecarga nos serviços públicos.
Os manifestantes também argumentam que os lucros produzidos pela presença de turistas são distribuídos de maneira desigual, aumentando a diferença social na cidade.
Para resolver os “danos” causados, propuseram 13 medidas que buscam promover um novo modelo de turismo na cidade. Dentre as propostas estão o fechamento de terminais de navios de cruzeiro, maior regulamentação do alojamento turístico e o fim dos gastos públicos com promoção turística.
Em resposta às demandas, o prefeito de Barcelona, Jaume Collboni (Partido dos Socialistas da Catalunha, de esquerda), anunciou uma série de medidas para reduzir o impacto dos turistas, como o aumento da taxa cobrada a quem passa a noite na cidade para € 4,00 e a limitação do número de passageiros de navios de cruzeiro.
O prefeito também propôs a eliminação, até 2028, das licenças de aluguel de curta duração para mais de 10.000 apartamentos.
