Investigados por “Abin paralela” sugeriram “tiro na cabeça” de Moraes

Em troca de mensagens obtidas pela PF (Polícia Federal) um dos investigados pela “Abin [Agência Brasileira de Inteligência] paralela” no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu um “head shot” (“tiro na cabeça”, em português) no ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a PF, que não identifica os autores das mensagens, o diálogo foi em agosto de 2021, depois do Moraes afastar delegado que investigava ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Leia abaixo a troca de mensagens.

No decorrer da troca de mensagens, os investigados da Abin (Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues) discutem alternativas contra o ministro do STF. As propostas variavam de tiro à abertura de um processo de impeachment.

Relatório da PF divulgado nesta 5ª feira (11.jul.2024) mostra que a “Abin paralela”, grupo suspeito de usar estrutura da agência para espionar adversários políticos, monitorou Moraes e outros ministros do STF, como Roberto Barroso, e congressistas, como o então deputado Arthur Lira (PP-AL) –atualmente presidente da Câmara.

O grupo também teriam elaborado um dossiê para ligar Moraes a delegado investigado por corrupção.



OPERAÇÃO DA PF

Os agentes da PF cumpriram nesta 5ª feira (11.jul) 4 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão em Brasília, Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pelo STF.

Eis os alvos de busca e apreensão: 

  • Mateus de Carvalho Sposito;
  • José Matheus Sales Gomes;
  • Daniel Ribeiro Lemos;
  • Richards Dyer Pozzer;
  • Rogério Beraldo de Almeida -foragido;
  • Marcelo Araújo Bormevet; e
  • Giancarlo Gomes Eodrigues.

Também foram decretadas prisões preventivas e o afastamento dos cargos públicos de:

  • Mateus de Carvalho Sposito;
  • Richards Dyer Pozzer;
  • Rogério Beraldo de Almeida;
  • Marcelo Araújo Bormebet; e
  • Giancarlo Gomes Rodrigues.

Os investigados foram responsáveis por criar perfis falsos nas redes sociais e divulgar informações falsas sobre jornalistas e integrantes dos Três Poderes. A “Abin paralela” também teria acessado ilegalmente computadores, telefones e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

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