O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes retirou o sigilo de documentos referentes à 4ª fase da operação Última Milha pela PF (Polícia Federal) na 5ª feira (11.jul.2024).
A decisão foi tomada nos autos do processo que investiga o caso da “Abin paralela”. Os agentes apuram o uso do sistema de inteligência First Mile, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), por delegados, agentes e funcionários públicos para vigiar autoridades e jornalistas ilegalmente.
- Eis a íntegra do relatório da PF (PDF – 32,2 MB);
- Eis a íntegra do relatório complementar da PF (PDF – 2,2 MB);
- Eis a íntegra do parecer da PGR (PDF – 4,1 MB);
- Eis a íntegra da decisão de Moraes (PDF – 1,3 MB).
Leia a lista dos monitorados pela “Abin paralela”, segundo a PF:
Judiciário
- Alexandre de Moraes, ministro do STF;
- Dias Toffoli, ministro do STF;
- Luiz Fux, ministro do STF;
- Luis Roberto Barroso, ministro do STF.
Legislativo
- Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados;
- Rodrigo Maia (PSDB-RJ), deputado federal e ex-presidente da Caixa Baixa;
- Kim Kataguiri (União Brasil-SP), deputado federal;
- Joice Hasselmann (Podemos-SP), ex-deputada federal;
- Alessandro Vieira (MDB-SE), senador, participou da CPI da pandemia, que investigou o governo federal;
- Omar Aziz (PSD-AM), senador, participou da CPI da pandemia;
- Renan Calheiros (MDB-AL), senador, participou da CPI da pandemia;
- Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), senador, participou da CPI da pandemia.
Jornalistas e outros
- João Doria, ex-governador de São Paulo;
- Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, funcionários do Ibama;
- Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto, auditores da Receita Federal;
- Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista, jornalistas.
OPERAÇÃO DA PF
Os agentes da PF cumpriram na 5ª feira (11.jul.2024) 4 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Eis os alvos de busca e apreensão:
- Mateus de Carvalho Sposito;
- José Matheus Sales Gomes;
- Daniel Ribeiro Lemos;
- Richards Dyer Pozzer;
- Rogério Beraldo de Almeida (foragido);
- Marcelo Araújo Bormevet; e
- Giancarlo Gomes Rodrigues.
Também foram decretadas prisões preventivas e o afastamento dos cargos públicos de:
- Mateus de Carvalho Sposito;
- Richards Dyer Pozzer;
- Rogério Beraldo de Almeida (foragido);
- Marcelo Araújo Bormebet; e
- Giancarlo Gomes Rodrigues.
Os investigados foram responsáveis por criar perfis falsos nas redes sociais e divulgar informações falsas sobre jornalistas e integrantes dos Três Poderes. A “Abin paralela” também teria acessado ilegalmente computadores, telefones e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Leia mais sobre o caso:
- Investigados por “Abin paralela” sugeriram “tiro na cabeça” de Moraes
- Prisão de alvos da PF por “Abin paralela” é mantida após audiência
- Ramagem deve depor à PF sobre “Abin paralela” na 4ª feira
- PGR foi contra prisão preventiva de 5 investigados pela “Abin paralela”
- Abin atuou ilegalmente em favor de Renan e Flávio Bolsonaro, diz PF
- Áudio de Ramagem sugere investigar auditores para blindar Flávio
- Funcionários da Abin divulgam nota contra o termo “Abin paralela”
- “Abin paralela” monitorou investigação do caso Marielle, diz PF
- Agentes da Abin sabiam sobre suposta minuta de golpe, diz PF
- Aras sabia de possível uso da Abin para beneficiar Flávio Bolsonaro
- Renan Calheiros diz que levará caso da “Abin paralela” à Justiça