O ex-presidente dos Estado Unidos Donal Trump (Republicano) foi o chefe do executivo norte-americano que contabilizou a menor média de horas trabalhadas oficialmente (com compromissos na Casa Branca que constam na agenda oficial, chamadas “office hours”) desde o governo de Franklin D. Roosevelt (1933-1945). Foi uma média diária de 6 horas e 2 minutos trabalhadas a partir do 1º compromisso até o último.
O atual presidente do EUA, Joe Biden (Democrata), não está muito atrás. No mesmo período, o democrata contabilizou a 3ª menor média, com 6 horas e 48 minutos trabalhados diariamente. Como seu governo ainda está em curso, a contabilização da sua média foi realizada até 30 de junho.
O levantamento foi realizado pelo portal Roll Call a partir das agendas presidenciais. Saiba mais sobre a metodologia no fim da reportagem.
Segundo a pesquisa, o presidente que teve a maior média de horas trabalhadas por dia em expediente presidencial foi George H. W. Bush (1989-1993), pai de George W. Bush, com 14 horas e 54 minutos.
No entanto, os autores da pesquisa apontam que o tempo médio de Bush foi contabilizado a partir de 414 dias do total de 1.461 dias no poder. Isso porque a biblioteca presidencial de Bush não publicou todo o seu “Daily Diary” online, onde constam os compromissos.
A análise, além da média total do mandato, também mostra variações por ano. Por exemplo, as horas trabalhadas oficialmente por Biden, que constam em sua agenda presidencial, atingiram um pico em 2024. De 1º de janeiro a 30 de junho, Biden chegou a uma média de quase 8 horas de “office hours”.
Ao longo de 2021, em seu 1º ano de mandato, ele teve uma média de 7 horas e 16 minutos do 1º ao último compromisso.
Já Trump atingiu sua maior média de horas trabalhadas em expediente presidencial durante o 1º ano do mandato, em 2017 –com 6 horas e 53 minutos. No último ano do mandato, em 2020, a média diminuiu para 6 horas e 27 minutos.
INÍCIO E FIM DOS COMPROMISSOS
A pesquisa também levantou dados sobre as médias de início e términos dos compromissos dos ex-presidentes e de Joe Biden na Casa Branca. Para o atual presidente, em média, a 1ª atividade oficial começou às 9h44 da manhã –representando o 3º horário mais tardio.
Trump, por sua vez, ocupa o 1º lugar, sendo o ex-presidente norte-americano desde 1933 a começar suas “office hours” mais tarde. A média de início dos seus compromissos era às 11h11 da manhã, mais de 1 hora depois do 2º mais tardio (Truman, às 9h55).
O ex-presidente que começava mais cedo seus compromissos era Jimmy Carter, às 7h, que só terminava o dia, em média, às 20h21. Ele é seguido por George W. Bush, que começava seu expediente oficial em média às 7h48 para terminar, em média, às 17h26.
METODOLOGIA
Foram considerados para a pesquisa os compromissos oficiais do presidente Joe Biden e dos ex-presidentes desde Roosevelt que constam nas respectivas agendas oficiais.
Para alguns presidentes mais antigos, o Roll Call utilizou um “Daily Diary” (disponível nas bibliotecas presidenciais) que inclui outros eventos presidenciais além dos compromissos na Casa Branca para determinar o horário de expediente presidencial. Para outros presidentes, incluindo Trump, Biden, Obama e Clinton, foi usada a “Programação Diária”, que é divulgada à imprensa.
Segundo os autores do levantamento, foram excluídos dos cálculos os dias sem agenda ou agenda pública, por redação ou férias, onde não havia dados disponíveis.
Os autores também citam outras informações adicionai
- A agenda de Obama começa em 12 de julho de 2010, em seu site arquivado da Casa Branca. Faltam vários dias nas postagens que listavam sua programação diária e dias de férias sem nenhuma programação pública publicada;
- A Biblioteca Presidencial George W. Bush tem 338 dias de seus 2.922 dias disponíveis online. Esta é uma amostra estatística grande o suficiente para estimar os tempos médios da primeira e da última reunião;
- Os dados da Biblioteca John F. Kennedy estão disponíveis para as seguintes datas: 25 de janeiro de 1961 a 20 de novembro de 1963;
- Os dados da Biblioteca Presidencial Lyndon B. Johnson foram, em sua maioria manuscritos.