Sobe para 27 número de mortos em operação na Baixada Santista

Um homem ainda não identificado foi morto por policiais militares de São Paulo na manhã deste sábado (17.fev.2024) na avenida Miguel Mussa Gaze, no Beco das Almas, no Guarujá. É a 27ª vítima da operação Escudo, que foi rebatizada para operação Verão.

A PM diz ter sido informada sobre “suspeitos armados, realizando traficância”, e se deslocado até o local. Em um dos trechos da nota, a corporação diz que o homem atirou contra os policiais, e em outro, que ele apontou uma arma para os agentes. Um deles, então, teria “revidado” e atingido o suspeito, “que não resistiu”.

Segundo a polícia, os outros indivíduos fugiram. Uma pistola 380 teria sido encontrada com a vítima e, ao lado dele, um revólver calibre 38. A instituição também afirma ter localizado uma pochete com “mais de 600 porções de drogas entre maconha e cocaína”.

As armas do suspeito e do policial foram apreendidas para perícia. O caso foi registrado na delegacia do Guarujá como homicídio “decorrente de intervenção policial, tráfico de entorpecentes e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito”.

OPERAÇÃO ESCUDO X VERÃO

Depois da morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), em 2 de janeiro, o governo de São Paulo lançou uma nova fase da operação Escudo. Sua 1ª fase teve início em julho de 2023, depois da morte de outro PM da Rota, e deixou ao menos 28 mortos em cerca de 40 dias.

No último domingo (11.fev.2024), a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, a Defensoria Pública estadual e alguns congressistas estiveram na Baixada Santista e colheram de moradores relatos de abordagens violentas, tortura e execuções por parte dos policiais.

Já na última 6ª feira (16.fev.2024), a Defensoria Pública paulista, a ONG Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog enviaram um apelo à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e à ONU pelo fim da operação e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais.

Nos últimos dias, a PM-SP passou a se referir à ação como operação Verão –que é a que estava em curso quando o soldado Samuel Cosmo foi morto no começo do mês.

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