Durante a retirada da cidade de Avdiivka, centenas de soldados ucranianos podem ter sido capturados pelo exército russo. Segundo o jornal New York Times, até 1.000 militares estão desaparecidos depois da ofensiva do presidente Vladimir Putin na região.
No sábado (17.fev.2024), a Rússia afirmou ter o controle de Avdiivka, no leste da Ucrânia, marcando o maior domínio russo desde a ocupação da cidade de Bakhmut em 2023.
A retirada das tropas ucranianas foi anunciada na 6ª feira (16.fev) pelas Forças de Defesa da Ucrânia, depois de Moscou intensificar os ataques à região. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, justificou a decisão de sair de Avdiivka como uma medida para “salvar a vida dos soldados”.
O comando militar ucraniano admitiu que alguns soldados foram capturados durante a retirada, mas a estimativa do número de militares levados pelas forças russas variam.
Em uma mensagem no Telegram no sábado (17.fev), o general Oleksandr Tarnavsky, que lidera os combates na região, afirmou que a retirada das tropas ucranianas se deu conforme planejado, mas admitiu que “na fase final da operação”, alguns soldados “caíram em cativeiro”.
Ele não especificou o número de tropas perdidas. No entanto, de acordo com o NYT, 2 oficiais indicaram que de 850 a 1.000 soldados podem estar capturados ou desaparecidos.
Ainda segundo o jornal norte-americano, o moral das tropas ucranianas já estava em declínio devido a uma contraofensiva malsucedida no ano anterior e à destituição de Valerii Zaluzhnyi, o principal comandante militar do país em 8 de fevereiro. Isso teria dificultado o recrutamento militar, o que se intensificou com a derrota em Avdiivka.
Com a guerra prestes a completar 2 anos, a Ucrânia tem pressionado repetidamente a Rússia para trocar prisioneiros. Até novembro, Kiev relatou que a Rússia mantinha 3.574 militares ucranianos em cativeiro.
Além disso, Zelensky enfrenta dificuldades para garantir o apoio financeiro de países aliados à Ucrânia, como os EUA, e sofre com a escassez de munições.
Em dezembro, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, John Kirby, disse que o financiamento para a Ucrânia se esgotaria ao final de 2023, se o Congresso norte-americano não aprovasse o pedido de gastos de emergência do presidente Joe Biden.