O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse mais uma vez que há em curso um genocídio na Faixa de Gaza ao discursar na sessão especial de chefes de Governo da Caricom (Comunidade do Caribe), realizada em Georgetown, na Guiana. O chefe do Executivo não citou Israel.
“Um genocídio na Faixa de Gaza afeta toda a humanidade, porque questiona o nosso próprio senso de humanidade. E confirma uma vez mais a opção preferencial pelos gastos militares, em vez de investimentos no combate à fome na Palestina, na África, na América do Sul ou no Caribe”, disse.
Assista (1min37s):
Lula mencionou também o conflito na Ucrânia, que há 2 anos vem sendo atacada pela Rússia. De acordo com o presidente, as guerras pelo mundo provocam “destruição, sofrimento e mortes, sobretudo de civis inocentes”.
“Não é possível que o mundo gaste por ano US$ 2 trilhões e 200 bilhões de dólares em armas. […] O Brasil seguirá lutando pela paz mundial. Uma guerra na distante Ucrânia afeta todo o planeta, porque encarece os preços dos alimentos e dos fertilizantes”, disse.
Lula evitou, porém, citar diretamente a crescente tensão entre Venezuela e Guiana na disputa pela região de Essequibo, atualmente em território guianense. O Brasil tem atuado como mediador sobre a questão. Lula deve se reunir com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nos próximos dias para discutir o assunto.
“A Caricom abriu-se para o Sul, rejeitando a condição de zona de influência de potências alheias à região. Temos o desafio de manter nossa autonomia em meio a rivalidades geopolíticas. Cabe a nós manter a região como zona de paz. Abrigamos sociedades multiétnicas, entrelaçadas por culturas vibrantes”, disse Lula em seu discurso.
Assista ao discurso de Lula na cúpula da Caricom (30min45s):
O presidente viajou na manhã desta 4ª feira (28.fev.2024) para Georgetown para participar da cúpula da Caricom. Na 5ª feira (29.fev.2024), viaja para São Vicente e Granadinas, onde participa da conferência da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). É lá onde Lula deve abordar o conflito da Guiana com a Venezuela e se reunir com o presidente Nicolás Maduro.