O Ministério das Relações Exteriores do Brasil criticou nesta 4ª feira (31.jan.2024) as suspensões de doações à UNRWA (sigla em inglês para Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos) realizadas por ao menos 10 países, dentre esses Estados Unidos e França, na última semana. Funcionários da agência foram acusados de ajudar o Hamas a atacar Israel em 7 de outubro.
“As referidas denúncias não devem, entretanto, ensejar redução das contribuições imprescindíveis ao funcionamento da UNRWA, em cenário que pode levar ao colapso das atividades da agência, em contexto da grave crise humanitária em Gaza”, afirmou o Itamaraty. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 155 kB).
No documento, o governo brasileiro menciona a existência de “atos terroristas do Hamas” e defende a importância dos trabalhos da agência humanitária em Gaza. A UNRWA tem por finalidade proporcionar ajuda humanitária aos refugiados palestinos que vivem na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e na Síria.
“Desde 7 de outubro de 2023, a UNRWA realiza atendimento vital a mais de 1,4 milhão de pessoas na Faixa de Gaza. Cabe lembrar que 152 funcionários da Agência em Gaza foram mortos desde o início da ofensiva militar israelense em resposta aos atos terroristas do Hamas”, diz trecho da nota.
O comunicado do Itamaraty ainda reafirma o pedido de cessar-fogo entre Israel e Hamas, de libertação imediata dos reféns sob custódia do grupo extremista. Também defende a criação de um Estado Palestino “economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”.
ENTENDA O CASO
Em 26 de janeiro, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, foi informado sobre alegações de que vários funcionários da UNRWA estariam envolvidos nos ataques de 7 de outubro em Israel.
Desde então, os Estados Unidos declarou a suspensão do financiamento à agência da ONU. França, Itália, Reino Unido, Canadá e Austrália também suspenderam o auxílio financeiro à agência de ajuda humanitária.