O geólogo e ex-diretor do SGB (Serviço Geológico do Brasil) Thales Sampaio afirmou na CPI (Comissão Parlamentar de Inquério) da Braskem que a empresa foi “negligente e imprudente”. No depoimento no Senado, o geólogo explicou que a Braskem não obedeceu a largura e nem a distância entre as cavidades exploradas em Maceió (Alagoas).
“A Braskem sabia perfeitamente que essas cavidades estavam se juntando”, afirmou Sampaio na comissão. O servidor de carreira da CRPM liderou um estudo, em 2019, que revelou que a empresa foi responsável pelo afundamento do solo em diferentes bairros da capital alagoana.
“A Braskem dizia que explotação de sal era completamente seguro. Então, a gente está mostrando aqui, desde 1790 até 2013, a quantidade de problemas em mineração de sal no mundo inteiro […]. Isso não quer dizer que não pode explorar sal, quer dizer que você tem que ter muito cuidado”, declarou Sampaio.
O ex-diretor do SGB afirmou na CPI que a Braskem explorou uma quantidade de sal-gema equivalente a 700 mil caminhões de areia no subsolo de Maceió.
“Foi falado aqui em 1 Maracanã. Não, o que tem lá embaixo são 3 Maracanãs”, declarou.
Sem citar nomes, o depoente citou que havia pressão e medo dentro do SGB. “O Serviço Geológico do Brasil estava pressionado e estava com medo. Teve um determinado momento em que tinha gente querendo sair da equipe”, afirmou.
DIRETOR DA ANM AUSENTE
O diretor-geral da ANM (Agência Nacional de Mineração), Mauro Henrique Moreira Souza, não compareceu na CPI. Como justificativa, informou que estava em viagem a trabalho no exterior e se colocou à disposição para nova data.
A comissão aprovou em bloco nesta 4ª feira (6.mar) a convocação de novos especialistas, vítimas e secretários do Ministério de Minas e Energia para esclarecimentos.