O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), declarou, nesta 6ª feira (2.fev.2024), que a capital fluminense vive uma epidemia de dengue. Segundo o Ministério da Saúde, já foram notificados 7.923 casos prováveis na cidade em janeiro até esta 6ª (2.fev).
“Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente, chegamos a ter, num único dia, 569 casos notificados. Estamos bem acima do que é considerado limiar muito alto, o que configura a situação epidêmica na cidade do Rio”, disse o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz. Os números deste mês equivalem a 35% do total notificado em todo o ano de 2023.
A doença tem se mostrado mais grave, de acordo com a prefeitura. “Já começamos a ver um aumento nos atendimentos nas unidades de urgência e emergência. Nós batemos o recorde de internação de dengue na história do município, com 362 casos de pessoas internadas somente no mês de janeiro”, disse o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz.
O prefeito anunciou um plano de contingência com semelhanças ao criado para o enfrentamento do novo coronavírus e fez um apelo à população.
“Vidas se perdem em razão da dengue. Mas, ao contrário da pandemia de covid-19, em que o cidadão individualmente não podia fazer muita coisa a não ser cobrar dos governantes que conseguissem a vacina, no caso da dengue depende muito da ação de cada cidadão”, disse Paes. “Não adianta só apontar o dedo para os governos ou culpar o mosquito”, completou.
Na capital, o cenário mais favorável à doença resulta da combinação de 3 principais fatores:
- Altas temperaturas – que aceleram a eclosão dos ovos e o desenvolvimento das larvas;
- Chuvas frequentes – que formam os acúmulos de água, e;
- Circulação dos sorotipos DENV1, DENV2 e DENV4
O plano de contingência inclui as seguintes ações:
- funcionamento do Centro de Operações de Emergência para a dengue, criado nos mesmos moldes da Covid-19;
- polo específico para o atendimento de pacientes com a doença;
- entradas compulsórias em imóveis fechados e abandonados para vistorias, e;
- vacinação de crianças e adolescentes assim que liberados pelo Ministério da Saúde.