EUA e Reino Unido voltam a atacar houthis no Iêmen

Os Estados Unidos e Reino Unido realizaram novos ataques no sábado (3.fev.2024) a bases houthis no Iêmen. Em comunicado conjunto, as Forças Armadas americanas e britânicas afirmaram que foram atingidos 36 alvos do grupo rebelde em 13 localidades no país do Oriente Médio.

Dentre os alvos estão centros de comando e controle, unidades de armazenamento de munições e mísseis e armas usadas para atacar navios que passam pelo Mar Vermelho. De acordo com o comunicado, as ações foram “proporcionais e necessárias” para afetar a capacidade dos houthis de realizarem ações ofensivas.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que os bombardeiros “degradam ainda mais as capacidades dos houthis” e que os recentes ataques a navios pelo grupo são “inaceitáveis”. Disse também é seu dever “proteger vidas inocentes e preservar a liberdade”.

Os ataques aos alvos do grupo foram realizados 1 dia depois dos bombardeios dos Estados Unidos na Síria e no Iraque em retaliação a uma ação de drones na Jordânia que matou 3 soldados norte-americanos em janeiro de 2024.

Os houthis têm realizado ataques a navios que passam pelo golfo de Áden desde novembro de 2023. As hostilidades se intensificaram no final de dezembro de 2023 e na 1ª quinzena de janeiro de 2024. O grupo afirma que a ação é uma demonstração de apoio aos palestinos e ao Hamas. Os principais alvos são embarcações dos Estados Unidos e do Reino Unido, aliados de Israel.

Segundo o porta-voz dos houthis, o grupo não deixará de apoiar o povo palestino em Gaza e promete responder à retaliação com novos ataques a navios comerciais.

O grupo tem sua origem no norte do Iêmen e pertence ao segmento xiita da religião muçulmana, assim como o Irã. A religião une o grupo e o governo do Irã. Ambos se consideram integrantes do “Eixo de Resistência”, que inclui o Hamas.

Os ataques a navios têm ocorrido no golfo de Áden, próximo ao estreito de Bab Al-Mandab. É a ligação do mar Vermelho com o Oceano Índico. Os cargueiros que vêm da China precisam passar pela área para acessar o canal de Suez rumo à Europa. O mesmo se dá com petroleiros da Rússia para países como China, Índia e Coreia do Norte, que passam pela região para sair do canal.

A região é estratégica para o comércio global. Por lá, passa cerca de 15% de todas as mercadorias internacionais. Como mostrou o Poder360, o custo do frete marítimo dobrou por causa da tensão na região. A Petrobras projeta um aumento no preço do petróleo por causa nas restrições.

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