O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse no domingo (4.jan.2024) que os Estados Unidos pretendem realizar novos ataques contra grupos apoiados pelo Irã, como os houthis, no Oriente Médio. Nos últimos 2 dias, o país fez investidas contra facções no Iraque, na Síria e no Iêmen.
“Pretendemos realizar ataques e ações adicionais para continuar enviando uma mensagem clara de que os Estados Unidos responderão quando nossas forças forem atacadas, quando nosso povo for morto”, disse Sullivan em entrevista à emissora NBC.
Os EUA estão retaliando a uma ação de drones na Jordânia que matou 3 soldados norte-americanos em 28 de janeiro de 2024. O presidente norte-americano, Joe Biden, culpou o Irã pela ação.
“Embora ainda estejamos recolhendo os fatos desse ataque, sabemos que foi realizado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque”, disse em comunicado oficial. O democrata afirmou que o governo “responsabilizará todos os envolvidos no episódio”. Eis a íntegra do texto, em inglês (PDF – 52 kB).
O Irã negou participação no ataque.
Questionado se os EUA descartaram atacar alvos no Irã, Sullivan respondeu: “Não vou dizer o que descartamos ou não descartamos do ponto de vista da ação militar”. E completou: “O que direi é que o presidente está determinado a responder com força aos ataques ao nosso povo”. Segundo ele, Biden “não procura uma guerra mais ampla no Oriente Médio”.
Os norte-americanos também estão investindo contra os houthis por conta de ataques do grupo rebelde a navios que passam pelo golfo de Áden desde novembro de 2023. As hostilidades se intensificaram no final de dezembro de 2023 e na 1ª quinzena de janeiro de 2024. O grupo afirma que a ação é uma demonstração de apoio aos palestinos e ao Hamas. Os principais alvos são embarcações dos Estados Unidos e do Reino Unido, aliados de Israel.
O grupo tem sua origem no norte do Iêmen e pertence ao segmento xiita da religião muçulmana, assim como o Irã. A religião une o grupo e o governo do Irã. Ambos se consideram integrantes do “Eixo de Resistência”, que inclui o Hamas.
Os ataques a navios têm ocorrido no golfo de Áden, próximo ao estreito de Bab Al-Mandab. É a ligação do mar Vermelho com o Oceano Índico. Os cargueiros que vêm da China precisam passar pela área para acessar o canal de Suez rumo à Europa. O mesmo se dá com petroleiros da Rússia para países como China, Índia e Coreia do Norte, que passam pela região para sair do canal.
A região é estratégica para o comércio global. Por lá, passa cerca de 15% de todas as mercadorias internacionais. Como mostrou o Poder360, o custo do frete marítimo dobrou por causa da tensão na região.