A Comissão Europeia pediu à UNRWA (sigla em inglês para Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos) que aceite a realização de uma auditoria, feita por “peritos externos independentes nomeados” pela UE (União Europeia). A medida, segundo comunicado (íntegra, em inglês – 29 kB) emitido na 2ª feira (29.jan.2024), busca que a agência reveja “a avaliação dos pilares, centrando-se especificamente nos sistemas de controle necessários para evitar o possível envolvimento do seu pessoal em atividades terroristas”.
Na semana passada, foram divulgadas informações de que funcionários da agência estariam envolvidos no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro (leia mais abaixo).
Diversos países suspenderam o financiamento à agência depois da divulgação do possível envolvimento dos funcionários nos ataques de 7 de outubro. Entre eles, França, Reino Unido, Itália, Canadá, Austrália, Finlândia e EUA. A Comissão afirmou que vai analisar a continuidade de seu financiamento à UNRWA depois de concluída uma investigação da ONU sobre o caso. A ajuda financeira não foi suspensa porque não estão previstas transferências até o final de fevereiro.
“A Comissão analisará a questão à luz do resultado da investigação anunciada pela ONU [Organização das Nações Unidas] e das medidas que [a Organização] irá tomar. A Comissão saúda as informações fornecidas pela UNRWA, bem como o início da investigação”, lê-se no comunicado. “Deverá ser realizada, o mais rapidamente possível, uma análise de todo o pessoal da UNRWA para confirmar que não participaram nos ataques”, completa.
A Comissão disse que “a ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia continuará inabalável”, sendo feita “através de organizações parceiras”.
A agência da ONU tem por finalidade proporcionar ajuda humanitária aos refugiados palestinos que vivem na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e na Síria.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ter sido informado sobre alegações de que funcionários da UNRWA estiveram envolvidos nos ataques de 7 de outubro em Israel. Conforme comunicado dos EUA, foram 12 os trabalhadores envolvidos.
Em nota emitida pelo seu porta-voz na 6ª feira (26.jan), Guterres afirma que teve conhecimento dessas notícias “extremamente graves” através do comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini, e “está horrorizado”. Segundo Lazzarini, foram as autoridades israelenses que forneceram as informações sobre a suposta participação dos funcionários.
Guterres pediu o comissário-geral que investigasse o assunto e garantisse que qualquer funcionário da agência “que tenha participado ou sido cúmplice dos atos, ou em qualquer outra atividade criminosa, seja despedido imediatamente e encaminhado para um possível processo criminal”.
A UNRWA afirma ter aberto uma investigação sobre trabalhadores suspeitos de envolvimento nos ataques, com quem diz ter terminado a relação contratual.