O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou a reunião que teria com líderes partidários da Câmara dos Deputados às 16h30 desta 3ª feira (6.fev.2024), no ministério, para tratar de pautas do interesse do governo.
O encontro foi desmarcado 1 dia depois das críticas do presidente da Casa Baixa, Arthur Lira (PP-AL), à articulação política do Planalto na abertura do Ano Legislativo. A reunião com líderes do Senado, no entanto, segue prevista para ocorrer às 15h (horário de Brasília), segundo a agenda oficial.
O Poder360 apurou que o discurso de Lira pesou na decisão de desmarcar a reunião. A presença do presidente da Câmara no encontro já não estava prevista. O ministro se reuniria só com as lideranças das bancadas.
No discurso de 2ª feira (5.fev), Lira declarou que o Congresso “não foi eleito para carimbar” propostas vindas do Executivo. “Não é isso que o povo brasileiro espera de nós. Espera-se, isso sim, independência e somatório de esforços, sempre em favor do país”, disse.
“A boa política, como sabemos, apoia-se num pilar essencial: o respeito aos acordos firmados e o cumprimento à palavra empenhado”, afirmou.
Em uma fala recheada de recados ao Planalto, o presidente da Câmara disse que o Orçamento federal “é de todos, não só do Executivo”.
O congressista disse que a burocracia técnica “não gasta a sola do sapato” percorrendo os pequenos municípios brasileiros.
“O orçamento é de todos e para todos os brasileiros e brasileiras: não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar de seu preparo, não duvido, não foi eleita para escolher as prioridades da nação. E não gasta a sola do sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós, parlamentares”, declarou.
Lira e líderes partidários reclamam que o governo tem descumprido acordos firmados com o Planalto, especialmente com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já enviou o recado à Câmara de que não pretende trocar Padilha. A avaliação no Planalto é que o ministro é da confiança do petista.
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