A União Europeia registrou novas manifestações de agricultores nesta 4ª feira (7.fev.2024). Os manifestantes realizaram atos em cidades da Espanha, da Grécia e da Bulgária, além da França, onde os protestos tiveram início ainda em 18 de janeiro.
Na Espanha, tratores desfilaram por avenidas de Barcelona, enquanto manifestantes entraram em conflito com a polícia em Antequera, em Málaga. Na Bulgária, os manifestantes bloquearam vias na cidade de Ikhtimann. Já na Grécia, produtores rurais bloquearam avenidas em Malgara, Derveni, Strymoniko, Chalkidona e Kouloura. Segundo o Anadolu Ajansi, o protesto durou 30 minutos.
Assista (5min8s):
Já foram realizados atos em ao menos 7 países: Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Itália, Romênia e Polônia. Os agricultores são contra as medidas ambientais impostas aos produtores do bloco.
Eles argumentam que as medidas da Política Agrícola Comum (PAC), junto aos altos custos com energia e combustível, reduzem os lucros do setor. Dentre as demandas do setor, está uma revisão na proposta de acordo com o Mercosul.
Os agricultores europeus exigem que os sul-americanos sejam submetidos às mesmas regras dos europeus. Eles afirmam que a regulação ambiental à qual estão sujeitos torna seus produtos menos competitivos.
Durante sessão no Parlamento Europeu, o vice-presidente executivo da UE (União Europeia), Maros Sefcovic, disse que “as condições necessárias para a conclusão do tratado com o Mercosul [Mercado Comum do Sul] não foram atendidas”.
Apesar das condições atuais do acordo não serem aprovadas, um porta-voz do bloco disse que as negociações dos termos com o Mercosul continuam para “alcançar um acordo que respeite as sensibilidades, especialmente no setor agrícola”.
O tratado de livre comércio UE-Mercosul é de interesse da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen –que deve buscar se reeleger para o cargo e por isso tenta conseguir aprovar o acordo agora. As eleições do Parlamento Europeu serão realizadas de 6 a 9 de junho de 2024.
No entanto, o governo francês é contra o acordo, o que pode encerrar as negociações entre os 2 blocos econômicos. Isso porque, para ser aprovado, o acordo precisa da aprovação dos 27 países integrantes do grupo europeu. Ou seja, só a posição contrária da França já é capaz de derrubar o tratado com o Mercosul.