Lula fala em demitir nº 2 da Abin se comprovada relação com Ramagem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 3ª feira (30.jan.2024) que não haverá “clima” para manter no cargo o diretor-adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alessandro Moretti, se comprovado que ele manteve uma relação com o ex-diretor da agência e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Segundo Lula, o governo “nunca está seguro” com indicações para órgãos como a Abin.

“A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Luiz Fernando Corrêa] foi meu diretor-geral da PF de 2007 a 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso chamei, já que eu não conhecia ninguém da Abin”, disse Lula. 

O presidente disse que Corrêa montou a própria equipe. “Dentro da equipe dele tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem. […] Inclusive, relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar. Mas antes de você fazer simplesmente a condenação, é importante investigar corretamente”.

A Polícia Federal apura suposta espionagem ilegal feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor do órgão no governo de Jair Bolsonaro (PL). Um dos alvos é o vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

A suspeita é de que a Abin tenha rastreado celulares de quem frequentava o STF (Supremo Tribunal Federal), como servidores do tribunal, advogados, policiais, jornalistas e os próprios ministros durante meses. A investigação teria identificado ao menos 33.000 acessos de localização.

Sobre as investigações, Lula negou que haja algum tipo de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou aliados. O petista disse, contudo, que Bolsonaro (PL) tentou “mandar” na PF enquanto esteve na Presidência da República em benefício da própria família. 

“O governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos na Justiça. Você tem um processo de investigação, você tem decisão de um ministro da Suprema Corte, que mandou fazer busca e apreensão sob suspeita de utilização com má-fé pela Abin, dos quais o delegado que era responsável era ligado à família Bolsonaro, e a PF foi cumprir um mandado judicial. Não vejo nenhum problema anormal”, declarou.

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