O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se comprometeram a dialogar com mais frequência. Para isso, o nome escolhido para intermediar as conversas passa a ser o do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que tem a preferência de Lira dentro do Executivo.
Lira foi até o Palácio do Alvorada nesta 5ª feira (9.fev.2024) para um café com Lula em um momento de tensão entre os 2 Poderes. O presidente da Câmara manifestou sua insatisfação com a falta de assistência do governo e disse que sempre manteve apoio às pautas tratadas como prioridade pela administração federal.
A busca por estreitar os laços agora vai passar por Rui Costa, conforme apurou o Poder360, devido à má relação de Lira com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
No início da reunião, Lira afirmou que foi o 1º chefe de algum Poder a dar parabéns e reconhecer a vitória de Lula. Também disse que esteve junto com o presidente no dia seguinte ao 8 de Janeiro e que sempre levou os temas do governo à mesa, ajudando a viabilizar politicamente as propostas no Congresso.
Em seguida, o presidente da Câmara cobrou um retorno do Executivo no mesmo sentido. Lira disse que não adianta reunir os líderes, trazer os assuntos à mesa e aprová-los para depois haver quebra de acordo e vetos do presidente. O congressistas enfatizou as seguintes pautas:
- marco fiscal, que teve o texto aprovado em 22 de agosto;
- Carf, aprovado em 7 de julho;
- Marco Legal de Garantias de empréstimos, aprovado em 3 de outubro.
O ministro da Casa Civil afirmou nesta semana que o presidente da Câmara está certo sobre o cumprimento de acordos, dizendo que não há polêmicas em relação às emendas de comissão.
Este jornal digital apurou que o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não deverá convocar sessões do Congresso até meados de março e vai segurar a inclusão dos vetos presidenciais à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024 na pauta. Dessa forma, a decisão de Lula contrária à liberação obrigatória de dinheiro para as emendas impositivas continuará valendo.
A decisão de Pacheco, favorável ao governo, irritou Lira e integrantes do Centrão. Os congressistas têm pressa para derrubar o veto presidencial para que os prefeitos possam utilizar os recursos antes das limitações eleitorais.
A reunião entre o presidente Lula e Arthur Lira foi realizada no Palácio do Alvorada, às 8h e durou pouco mais de uma hora. Eles não entraram em detalhes sobre as datas de sessões do Congresso e a eventual derrubada dos vetos.