O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta 4ª feira (19.jun.2024) que as eleições na Venezuela, marcadas para 28 de julho, serão a “melhor saída” para o país enfrentar sua “crise”.
Segundo Vieira, governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém interlocução com líder venezuelano, Nicolás Maduro, e com candidatos de oposição. Deu declaração na CRE (Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional) da Câmara dos Deputados.
“Temos mantido interlocução com o governo e oposição, todos parecem considerar que a realização das eleições em 28 de julho próximo é a melhor forma de enfrentar a crise venezuelana”, declarou Vieira.
O chanceler brasileiro também afirmou ser importante que os observadores internacionais acompanhem as eleições na Venezuela. Incluindo, o Brasil que deverá enviar representantes para o pleito de julho.
ELEIÇÕES NA VENEZUELA
Em abril, Maduro disse que seu país “tem o sistema eleitoral mais confiável, transparente e auditado do mundo”. Contudo, a oposição ainda coloca dúvidas na transparência do pleito de julho.
A PUD (Plataforma Unitária Democrática) enfrentou dificuldades para ratificar um nome na disputa. Primeiro, a líder da coalizão, María Corina Machado, foi impedida pela Justiça venezuelana de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos, o que, na prática, inviabilizou sua candidatura à Presidência.
Para o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela –que é alinhado ao chavismo, movimento político de Maduro–, ela teria participado de uma “trama de corrupção”.
Depois, a substituta de Machado, Corina Yoris, não conseguiu fazer sua inscrição para concorrer ao pleito. Ela disse ter tentado inserir os dados de registro, mas o sistema estava “completamente bloqueado”.
A aliança, então, anunciou Edmundo González Urrutia, 74 anos, como candidato nas eleições. “Em unidade, superamos um novo obstáculo e o povo venezuelano, que quer mudança por meio do voto, agora tem um candidato em quem votar”, disse a principal coalizão oposicionista ao governo Maduro.