Mães que cuidam sozinhas dos filhos enfrentam transtornos mentais

Uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que, de 2012 a 2022, o número de domicílios com mães que cuidam sozinhas dos filhos cresceu quase 18% no Brasil, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões. O estudo considera os domicílios chefiados por mães “solo” como aqueles em que a pessoa de referência é uma mulher com ao menos 1 filho e onde não há a presença de um cônjuge.

“O termo mãe solo é mais adequado e abrangente do que mães solteiras para caracterizar a solidão e os desafios que as mulheres sem rede de apoio enfrentam no dia a dia para cuidar de seus filhos”, diz a economista da FGV Janaína Feijó.

De acordo com o estudo, em 2022, cerca de 45% das mães solo que trabalhavam no Brasil estavam no mercado informal. Para Feijó, o trabalho informal é muitas vezes a única saída, mas pode significar rendimentos menores e mais instáveis, desprovidos de proteção social.

Segundo a assistente social Aline Cordeiro Moreira, que atua nas unidades do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) administradas pelo Hospital Israelita Albert, essa sensação de sobrecarga é relatada com frequência pelas mães que buscam assistência na rede pública de saúde.

“Costumo dizer nos atendimentos que nós não somos guerreiras, mas mulheres sobrecarregadas do cuidado. Sempre falo com essas mulheres sobre o quanto essa sociedade vai colocando a gente nessa condição de sobrecarga”, declarou.

Para a psicóloga, a principal medida que protege as mães solo dos transtornos de saúde mental é a construção de uma rede de apoio. Formada por um conjunto de laços e vínculos com pessoas e/ou instituições, essa rede pode ser importante quando surgem desafios logísticos, psicológicos e financeiros.


Com informações da Agência Einstein.

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