O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 6ª feira (28.jun.2024) que o Banco Central tem a obrigação de investigar casos de especulação entre agentes financeiros para valorizar o dólar. O chefe do Executivo repetiu críticas ao presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, ao dizer que ele pensa “ideologicamente” como o governo de Jair Bolsonaro (PL) e disse que escolherá alguém responsável para sucedê-lo.
“Ontem eu fiz denúncia de por que o dólar está subindo. É porque tem especulação com derivativos na perspectiva de valorizar o dólar e desvalorizar o real. E o Banco Central tem obrigação de investigar isso”, disse Lula em entrevista à rádio O Tempo, de Minas Gerais.
O presidente voltou a dizer que a taxa de juros a 10,5% é “irreal” para uma inflação a 4% ao ano.
Na 5ª feira (27.jun.2024), em discurso no “Conselhão”, Lula havia criticado especulações do mercado financeiro e havia dito que, quem apostar em lucrar com derivativos, iria perder dinheiro. Derivativos são contratos financeiros negociados a partir de algum ativo, como ações, moedas, commodities ou taxas de juros. São instrumentos usados para reduzir riscos e para especular no mercado financeiro.
Também chamou de “cretinos” quem o culpou pela alta do dólar e afirmou que a moeda americana começou a subir 15 minutos antes do início de sua entrevista ao UOL, na 4ª feira (26.jun). Ao contrário do que disse o presidente, no entanto, o dólar subiu 0,77% durante a entrevista de Lula ao portal.
Briga com o BC não é o ideal
Na entrevista desta 6ª feira, Lula repetiu críticas a Campos Neto e disse que o presidente da República não pode “ficar brigando” com a autoridade monetária que foi escolhida pelo governo anterior.
“É importante lembrar que o presidente do Banco Central é do governo anterior, que ele pensa ideologicamente como o governo anterior. E é importante lembrar que eu acho que ele não está fazendo o que deveria ter feito corretamente”, disse.
Lula afirmou que escolherá alguém responsável para substituir Campos Neto, cujo mandato acaba em 31 de dezembro. “Vou escolher uma pessoa responsável. O presidente da República não vai ficar dando palpite: ‘baixa os juros, aumenta os juros’. Não. O presidente da República tem que confiar que a pessoa está lá e tem competência para fazer as coisas”, disse.
De acordo com Lula, o cenário dos juros irá “melhorar” quando ele puder indicar o novo presidente do Banco Central. O nome mais cotado é o do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo.
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