MPF pede extradição do ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez

O MPF (Ministério Público Federal) solicitou a extradição do ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez. O pedido foi feito à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro na 4ª feira (10.jul.2024). O empresário é alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) que investiga a sua participação na fraude bilionária da varejista.

Os procuradores justificam a demanda sob o argumento de que, caso Gutierrez não seja extraditado, “abre-se a possibilidade de processamento do requerido no Reino da Espanha”. O ex-CEO, mora em Madri, capital espanhola. Eis a íntegra da peça (PDF – 272 kB).

No mês passado, o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, antecipou, em entrevista à GloboNews, que o pedido de extradição seria feito. Gutierrez foi preso pelas autoridades espanholas em 28 de junho e liberado 1 dia depois.

ENTENDA O CASO

Na 5ª feira (11.jul), o jornal O Estado de S. Paulo divulgou que anotações manuscritas de Gutierrez, encontradas pela PF, indicam que o ex-CEO acompanhava de perto o principal mecanismo das fraudes na companhia.

Ele foi preso preventivamente pela operação Disclosure, que buscou os ex-diretores da Americanas por fraudes de R$ 25,3 bilhões. Em nota, a PF afirmou que foram expedidos 2 mandados de prisão preventiva contra Gutierrez e o também ex-CEO João Guerra Duarte Neto.

As investigações avançaram depois das delações premiadas dos ex-diretores das Lojas Americanas Marcelo da Silva Nunes e Flávia Pereira Carneiro Mota. Os depoimentos deram base para operação de 27 de junho, autorizada pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Leia a íntegra da nota da defesa de Miguel Gutierrez: 

“A defesa de Miguel Gutierrez informa que o executivo se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso.

“Na data de ontem (28/06), o executivo compareceu espontaneamente ante as autoridades policiais e jurisdicionais com o fim de prestar os esclarecimentos solicitados.

“Diante do acesso aos autos, Miguel agora poderá exercer sua defesa frente às alegações originadas por delações mentirosas em relação a ele.

“A defesa reitera ainda que Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais.”

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