O anúncio do Google de que não permitiria mais a divulgação de publicações políticas a partir de 1º maio, não impediu que peças com teor eleitoral continuassem a circular nas plataformas da big tech. É o que mostra uma análise do NetLab (Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O levantamento identificou peças de 7 vereadores e pré-candidatos em monitoramento dos dias 27 de maio a 5 de junho deste ano. Segundo a pesquisa, é provável que o número de anunciantes seja maior. Eis a íntegra (PDF – 5 MB).
A empresa disse que vetaria o impulsionamento de conteúdo político nas eleições municipais de 2024 por causa das regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para o pleito. Segundo ela, não haveria capacidade técnica para se adaptar ao que determina o artigo 27-A da resolução 23.732, de 27 de fevereiro de 2024.
No entanto, conforme o levantamento, ao menos 33 anúncios foram veiculados nos resultados de busca do Google e no YouTube no período de cerca de 10 dias de análise.
“O Google não tem sido consistente ou eficiente na aplicação de suas políticas de uso e na moderação de conteúdo considerado irregular segundo os termos de uso da empresa”, diz o NetLab.
O conteúdo eleitoral foi anunciado por pré-candidatos a prefeito, vereadores e deputados suplentes. Leia a lista:
- Alexandre Braga dos Santos (Agir-GO) – é pré-candidato à Prefeitura de Senador Canedo. Publicou 13 anúncios irregulares;
- Rafael Ottaiano (PL-ES) – É pré-candidato a vereador em Vitória e suplente de deputado estadual. Publicou 12 anúncios irregulares;
- Rubinho Nunes (União Brasil-SP) – É vereador em São Paulo. Publicou 3 anúncios irregulares;
- Igo Alencar de Menezes (PT-RJ) – É vereador em Belford Roxo. Publicou 2 anúncios irregulares;
- Felipe Pereira Corrêa (PL-MT). É vereador em Cuiabá. Publicou 1 anuncio irregular;
- Márcio Colombo (PSDB-SP). É vereador em Santo André. Publicou 1 anúncio irregular;
- Guilherme Castelo Branco (PT-GO). É suplente de deputado estadual. Publicou 1 anuncio irregular.
Os candidatos não violam a regra eleitoral do TSE, já que não há pedido de voto nos anúncios. Mas as peças são irregulares para a determinação da plataforma.
O Poder360 procurou o Google, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.