O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse que as declarações do chanceler israelense, que exigiu um pedido de desculpas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), são descabidas.
Israel Katz, em seu perfil no X (ex-Twitter) afirmou que a declaração em que Lula compara a operação militar de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler é “um cuspe no rosto de judeus brasileiros”.
Ao Poder360, Amorim, que foi chanceler dos governos de Itamar Franco e Lula 1, afirmou que a declaração é “descabida” e que “sequer merece ser comentada”. Nos bastidores, um pedido de desculpas do presidente é visto como improvável.
A tensão entre os 2 países tem aumentado nos dias que seguiram a declaração. O embaixador do Brasil, Fred Meyer, chegou a ser convocado por Katz no Museu do Holocausto, onde ele deu declarações à imprensa em hebraico sem que o brasileiro tenha intérprete.
Em uma nova troca de acusações, o perfil oficial de Israel no X disse que Lula nega o holocausto. O ministro da Secom, Paulo Pimenta, disse que Katz distribui conteúdo falso atribuído a Lula e negou a declaração de que o presidente brasileiro nega o holocausto.
Entenda
O presidente Lula disse no domingo (18.fev) que o conflito na Faixa de Gaza é um genocídio comparável ao extermínio de judeus na Alemanha nazista.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula a jornalistas em Adis Abeba, na capital Etiópia.
A comparação instaurou uma crise diplomática com Israel. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a fala é “vergonhosa” e que Lula “cruzou uma linha vermelha”.
No Brasil, o petista foi criticado por entidades israelitas e opositores. No Congresso, deputados federais assinaram um pedido de impeachment contra o presidente. Já os governistas desqualificaram o pedido e defenderam Lula.
A fala do petista o tornou “persona non grata” em Israel. O país exige uma retratação do Brasil.
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