Zuckerberg pede desculpas a pais de vítimas de violência on-line

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, pediu desculpas a familiares de crianças e adolescentes que morreram depois de sofrer violência nas redes sociais. O pedido foi realizado nesta 4ª feira (31.jan.2024), durante uma audiência no Comitê Judiciário do Senado dos EUA sobre a exploração sexual infantil on-line.

“Sinto muito por tudo que vocês passaram. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram e é por isso continuaremos a liderar esforços para garantir que ninguém tenha que passar pelo tipo de coisa que suas famílias tiveram que sofrer”, disse o bilionário aos familiares que seguravam fotos de seus filhos mortos. 

Assista, em inglês (4h8min): 

Além de Zuckerberg, participaram da audiência os diretores-executivos Shou Zi Chew (TikTok), Linda Yaccarino (X), Evan Spiegel (Snapchat) e Jason Citron (Discord). Os CEOs foram perguntados sobre as medidas adotadas pelas plataformas para a proteção de usuários menores de 18 de anos.

Além da publicação de conteúdos sexuais envolvendo crianças, os senadores falaram sobre os conteúdos pró-Hamas e anti-Israel. Também discutiram sobre as postagens que incentivam o suicídio e o uso de fentanil, droga sintética que se tornou um dos principais problemas nos Estados Unidos ao causar uma epidemia de dependência e mortes por overdose.

Os senadores norte-americanos também instaram os CEOs das big techs a apoiarem publicamente os projetos de lei que visam aumentar a proteção de usuários menores de idade. Os Estados Unidos trabalham para aprovar 5 iniciativas. São elas:

  • Kids Online Safety Actíntegra (PDF – 516 kB, em inglês).

Responsabiliza aplicativos e plataformas pela recomendação de conteúdos para menores de idade que podem afetar negativamente a saúde mental dos usuários.

  • Stop CSAM – íntegra (PDF – 919 kB, em inglês).

Permite que as vítimas de abuso sexual processem as plataformas de mídia social que promovessem ou facilitassem a agressão.

  • Earn It Act – íntegra (PDF – 279 kB, em inglês).

Estabelece uma Comissão Nacional de Prevenção da Exploração Sexual Infantil On-line.

  • Shield Act – íntegra (PDF – 268 kB, em inglês).

Classifica como crime o envio e o compartilhamento de imagens sexuais de indivíduos.

  • Project Safe Childhood – íntegra (PDF – 118 kB, em inglês).

Otimiza a investigação e o julgamento de crimes envolvendo abuso sexual de crianças e adolescentes.

O que os CEOs falaram

Os diretores-executivos das redes sociais afirmaram que adotam medidas de proteções para menores de idade. O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, disse, por exemplo, que a plataforma não permite que pessoas com menos de 13 anos criem contas nos Estados Unidos.

Os chefes das empresas de tecnologia também disseram que concordam com os objetivos dos projetos de leis, mas que conversam sobre algumas das iniciativas ainda são necessárias. Em relação ao Kids Online Safety Act, a CEO do X, Lina Yaccarino, e o CEO do Snapchat, Evan Spiegel, declararam apoio durante a audiência. 

Eis os destaques das declarações dos CEOs ao Comitê Judiciário do Senado dos EUA:

  • Linda Yaccarino (X) – disse que a rede é “mais segura” desde que foi adquirida por Elon Musk. Segundo ela, a plataforma quintuplicou em 2023 o número de contas suspensas por conteúdos sexuais envolvendo crianças. Ela afirmou que o X suspendeu 12,4 milhões de contas que violavam a política no ano passado ante 2,3 milhões de perfis removidos em 2022.
  • Shou Zi Chew (TikTok) – afirmou que a plataforma planeja investir mais de US$ 2 bilhões em segurança neste ano. “O TikTok está atento ao cumprimento de sua política de idade para maiores de 13 anos e oferece uma experiência para adolescentes que é muito mais restritiva do que você e eu teríamos como adultos”, disse. 
  • Mark Zuckerberg (Meta) – disse que a verificação de idade deve ser uma obrigação das lojas de aplicativos da Apple (AppStore) e Google (Play Store).
  • Evan Spiegel (Snapchat) – afirmou que, apesar dos conteúdos postados na plataforma expirarem, a big tech “presta atenção” no que está sendo compartilhado. “Quando tomamos medidas contra conteúdo ilegal ou potencialmente prejudicial, também retemos as evidências por um período prolongado, o que nos permite apoiar a aplicação da lei e responsabilizar os criminosos”, disse.
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