Argentinos protestam contra pacote econômico de Milei

Argentinos protestaram em frente ao Congresso Nacional nesta 4ª feira (3.jan.2024) em ato contra o pacote “Lei Ônibus”, proposto pelo governo do presidente Javier Milei. O plano econômico está em processo de votação na Câmara dos Deputados e a análise deverá se estender por, no mínimo, 2 dias.

Conforme relatado pelo jornal argentino Clarín, por volta das 17h, participantes de movimentos como Política Obrera, PTS, MST e Frente de Izquierda ocuparam partes das Avenidas Entre Ríos e Rivadavia. Foram relatados confrontos diretos com a polícia atuando no local.

Assista: 

 

Já no início da sessão na Câmara, o prédio Congresso foi cercado pela Gendarmería Nacional, a principal força de segurança do país. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, havia ordenado a aplicação do protocolo antipiquetes, que estreou em 20 de dezembro e foi parcialmente utilizado durante a paralisação geral da CGT (Confederação Geral do Trabalho) em 24 de janeiro.

Milei suaviza pacote

Na 2ª feira (29.jan), Milei suavizou o superpacote de reformas econômicas para tentar facilitar a aprovação da iniciativa na Câmara dos Deputados.

O texto inicial da intitulada “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, na tradução livre, ou “Lei Ônibus”, tinha 664 artigos. Agora, conta com 386 disposições, 278 a menos. Eis as íntegras da versão inicial (PDF – 2 MB, em espanhol) e da nova versão (PDF – 2 MB, em espanhol).

A medida foi apresentada em 27 de dezembro de 2023. Foi modificada porque o governo argentino concordou em fazer concessões à oposição em busca da aprovação do projeto no Congresso.

Uma das principais mudanças foi a retirada de todo o capítulo fiscal, que tratava de aumentos de impostos sobre as principais exportações de produtos agrícolas, como derivados de soja, grãos e milho, e industriais. Também incluia medidas para a reforma das pensões, a redução do imposto sobre a propriedade pessoal e o aumento do imposto de renda.

Outra modificação está relacionada aos poderes delegados à Presidência argentina. A “Lei Ônibus” concede poderes legislativos ao Executivo em áreas declaradas em situação de emergência. Nas negociações, o governo argentino concordou em reduzir essas áreas de 11 para 7. São elas:

  • econômicas;
  • financeiras;
  • fiscais;
  • segurança;
  • tarifárias;
  • energéticas;
  • administrativas.

Ônibus e “omnibus”

O nome da “Lei Ônibus” vem da expressão em latim “omnibus”. Significa “para todos” ou “para todos os fins”.

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