Putin alerta para conflito nuclear se Otan enviar tropas à Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou nesta 5ª feira (29.fev.2024) para o risco de um conflito nuclear com o Ocidente caso a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) envie tropas à Ucrânia.

[O Ocidente] deve perceber que também temos armas que podem atingir alvos no seu território. Tudo isso ameaça realmente um conflito com o uso de armas nucleares e a destruição da civilização. Eles não entendem isso?”, questionou.

As declarações do líder russo foram feitas durante seu pronunciamento anual à Assembleia Federal da Rússia e à nação. O evento foi realizado em Moscou.

Durante o discurso, Putin afirmou que o Ocidente tentar “arrastar” Moscou para uma corrida armamentista, e que por isso o país deve desenvolver um complexo industrial de defesa para aumentar “seu potencial científico, tecnológico e industrial”.

“É seriamente necessário fortalecer os agrupamentos [das Forças Armadas russas] na direção estratégica ocidental para neutralizar as ameaças associadas à próxima expansão da Otan”, afirmou, referindo-se às adesões da Finlândia e da Suécia à aliança militar.

Putin também disse que os países ocidentais provocaram os conflitos na Ucrânia, no Oriente Médio e em outras regiões do mundo. Afirmou ainda que o Ocidente continua a “mentir” ao dizer que a Rússia pretende atacar a Europa. “Eles estão simplesmente falando bobagens”, declarou.

O presidente russo também falou sobre questões internas do país. Disse que a Rússia deve alcançar, nos próximos 6 anos, um crescimento “sustentável” da taxa de natalidade, além de definir objetivos claros para reduzir o nível de pobreza até 2030.

Putin também defendeu uma reforma no sistema fiscal do país e sugeriu que impostos mais altos fossem cobrados de pessoas e empresas mais ricas. “Proponho pensar em abordagens para modernizar nosso sistema fiscal, para uma distribuição mais justa da carga tributária para aqueles com maior renda pessoal e corporativa”, afirmou.

O pronunciamento à nação deste ano tem um significado maior porque foi realizado a duas semanas da eleição presidencial na Rússia, marcada para 15 a 17 de março.

Putin disputa seu 5º mandato. Ele está há mais de 20 anos no poder. Assumiu o governo russo em 1999 como presidente interino depois da renúncia de Boris Iéltsin e foi eleito ao cargo pela 1ª vez em 2000. Também venceu outras disputas em 2004, 2012 e 2018.

Neste ano, outros 3 candidatos devem concorrer ao Kremlin. O pleito, no entanto, é criticado por observadores internacionais pela falta de transparência e pelas restrições a candidatos de oposição, como o veto ao registro de candidaturas.

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