AGU recorrerá ao STJ para considerar greve do Ibama ilegal

A AGU (Advocacia Geral da União) vai acionar o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) na próxima semana para tentar inviabilizar a greve geral de funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A estratégia é pedir à Justiça que considere a paralisação ilegal.

O pedido da AGU será protocolado junto ao tribunal responsável por esse tipo de ação na próxima semana. A greve geral do órgão ambiental terá início na 2ª feira (24.jun). A informação foi divulgada pelo jornalista Igor Gadelha e confirmada pelo Poder360.

Os funcionários de 15 Estados do principal órgão ambiental do Brasil aprovaram o estado de greve geral no início da semana. Serão paralisadas atividades administrativas e em campo também do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), do SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e do MMA (Ministério do Meio Ambiente).

Desde janeiro, os trabalhos em campo do Ibama e ICMBio já não eram realizados por causa da greve. Agora, a paralisação aprovada afeta todas as áreas, mas segundo a Ascema Nacional (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente), será definido um percentual mínimo de funcionários para continuar a desempenhar atividades consideradas essenciais.

Entram em greve em 24 de junho os funcionários públicos dos seguintes Estados:

  • Acre;
  • Espírito Santo;
  • Goiás;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Rio de Janeiro;
  • Rio Grande do Norte;
  • Rio Grande do Sul;
  • Tocantins.

Em 1º de julho, paralisam os funcionários das seguintes unidades da Federação:

  • Bahia;
  • Distrito Federal;
  • Minas Gerais;
  • Paraná;
  • Santa Catarina;
  • São Paulo.

Eis os Estados que ainda não realizaram assembleia:

  • Amapá;
  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Maranhão;
  • Mato Grosso;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Pernambuco;
  • Piauí;
  • Rondônia;
  • Roraima;
  • Sergipe.

Só os funcionários do Ceará decidiram não aderir à greve.

Proposta

A classe pleiteia uma valorização salarial e reestruturação de carreira, com a diminuição das diferenças nos pagamentos das carreiras de nível médio e superior.

A proposta é equiparar a remuneração das carreiras de nível superior do Ibama a da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). Segundo a Ascema, o salário final na ANA pode chegar a R$ 22.900, enquanto o do Ibama atinge R$ 15.000.

Em 7 de junho, contudo, a Ascema declarou que o MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) comunicou que não haverá reestruturação por estar no “limite máximo, do ponto de vista orçamentário, do que é possível oferecer”.

A entidade contestou a decisão: “Há tempo para reavaliar tal decisão e fazer justiça com aqueles que entregaram os melhores resultados que o governo pode apresentar desde que assumiu”.

A Ascema afirma que a mobilização causa impactos no Ibama desde janeiro. No período, foram limitadas a emissão de novas licenças ambientais, o que levou o órgão a focar na análise e monitoramento de empreendimentos já licenciados, em diversos setores, especialmente no de petróleo e gás.

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