O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta 6ª feira (28.jun.2024), que a Vale está “enrolando” os moradores de Mariana, vítimas dos deslizamentos das barragens em 2015. O chefe do Executivo disse que um acordo está em andamento para a negociação do ressarcimento às vítimas. Lula não soube dar detalhes sobre o processo, mas espera que seja apresentado a ele no próximo mês pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).
“Quando a proposta de acordo que está no Tesouro chegar na Presidência, vamos resolver esse problema. A Vale está enrolando o povo de Mariana e Brumadinho faz 7 anos. Fez empresa, mas o que ela faz? Já fez as casas? Já pagou indenização”, declarou em entrevista à rádio do jornal “O Tempo”. “Cobrei o ministro Alexandre Silveira. Ele me disse que 90% está resolvido. Deve me apresentar na semana que vem ou na outra para encerrarmos o acordo”, completou.
Lula também citou a tragédia de Brumadinho quando falou sobre a negociação das dívidas, mas, no caso da cidade, um acordo já foi fechado entre a Vale e o governo de Minas Gerais em 2021. A negociação foi finalizada em R$ 37,68 bilhões.
O governo pedia cerca R$ 55 bilhões, sendo R$ 28 bilhões por danos morais. Mas a Vale não aceitou e o valor foi fechado com uma redução de 32% do pedido inicial. A tragédia, ocorreu em 25 de janeiro de 2019, deixou 272 mortos.
As mineradoras Vale, BHP e Samarco apresentaram uma nova proposta, em 12 de junho, para fechar o acordo de repactuação pelo desastre de Mariana. As empresas ofertaram R$ 82 bilhões em repasses aos Governos Federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério, em 5 de novembro de 2015.
ENTREVISTAS DE LULA
É a 3ª entrevista do presidente a um veículo de mídia em 3 dias. Na 5ª feira (27.jun), Lula falou à Rádio Itatiaia. Disse que o governo está fazendo um pente-fino nos gastos públicos, que Gabriel Galípolo tem condições de ser presidente do Banco Central e que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), só não será candidato ao governo de Minas Gerais se não quiser.
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